O Exército da China publicou na segunda-feira (11) um vídeo em seu canal oficial que mostra um treinamento de desembarque de tropas e simulações de assalto na praia da província chinesa de Fujian. A região fica no estreito de Taiwan e, pela proximidade geográfica, seria um local estratégico de lançamento para qualquer invasão chinesa à ilha. As informações são da rede CNN.
Embora autoridades chinesas não vinculem os exercícios às atuais turbulências com a ilha semiautônoma, os taiwaneses estão temerosos com a vertiginosa pressão militar imposta por incursões em massa de Beijing na sua zona de defesa aérea, que tem claro objetivo de impor seu domínio político.
A produção institucional militar mostra o que parece ser um pequeno contingente de soldados desembarcando na praia em botes e realizando procedimentos como lançamento de granadas, rompimento de barreiras de arame farpado, escavação de trincheiras e simulação de combates em áreas de mata. Drones também aparecem nas imagens.
O jornal militar chinês People’s Liberation Army Daily detalhou que a ação envolveu tropas de “choque”, sapadores e especialistas em barcos. As tropas foram “divididas em várias ondas para agarrar a praia e realizar tarefas de combate em diferentes estágios”, explicou a matéria, sem fornecer mais detalhes.
Ultimamente, exercícios militares têm sido atividades comuns ao longo da costa chinesa, bem como no disputado Mar do Sul da China. Pela proximidade e aparente hostilidade, Taiwan se pronunciou e denunciou o que classificou como “táticas coercitivas” de Beijing e afirma que se defenderá se for atacada.
No fim de semana, o presidente chinês Xi Jinping reiterou a promessa de “reunificar” Taiwan. Já a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen declarou no domingo (10) que a ilha “não se curvará” à China e continuará a defender sua democracia.
Por que isso importa?
Taiwan é uma questão territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como território chinês.
Diante da aproximação do governo taiwanês com os Estados Unidos, a China endureceu sua retórica contra as reivindicações de independência da ilha autônoma no ano passado.
Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos países do mundo, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal fornecedor de armas da ilha, o que causa imenso desgosto a Beijing, que tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação.
Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan, e agora habitualmente invadem o espaço aéreo da ilha, deixando claro que a China não aceitará a independência do território “sem uma guerra”.
O embate, porém, pode não terminar em confronto militar, e sim em um bloqueio total da ilha. É o que apontaram relatórios produzidos pelos EUA e por Taiwan em junho, de acordo com o site norte-americano Business Insider.
O documento, lançado pelo governo taiwanês no ano passado, pontua que Beijing não teria capacidade de lançar uma invasão em grande escala contra a ilha. “Uma invasão provavelmente sobrecarregaria as forças armadas chinesas”, concordou o relatório do Pentágono.
Caso ocorresse, a escalada militar criaria um “risco político e militar significativo” para Beijing. Ainda assim, ambos os documentos reconhecem que a China é capaz de bloquear Taiwan com cortes dos tráfegos aéreo e naval e das redes de informação. O bloqueio sufocaria a ilha, criando uma reação internacional semelhante àquela que seria causada por uma eventual ação militar.
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