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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Rebeldes de Tigré são acusados do assassinato de mais de 120 civis na Etiópia

Autoridades da Etiópia alegam que as forças rebeldes de Tigré assassinaram mais de 120 civis nos últimos dias, em meio a seguidas derrotas militares sofridas nos combates contra as forças de segurança nacionais. Os rebeldes negam os crimes, naquele que seria um dos maiores massacres desde o início da guerra civil, segundo a agência Associated Press.

“O ataque de 4 de setembro foi o mais severo, especialmente no vilarejo de Chenna Teklehaymanot”, disse Sewunet Wubalem, administrador do distrito de Dabat, na região norte da província de Amhara. “Crianças, mães e até anciãos religiosos também foram visados”.

Segundo Wubalem, 123 corpos foram encontrados pelas autoridades, que esperam localizar outros em breve. Ele explicou que o ataque teve início em 27 de agosto, após as forças de segurança nacionais derrotarem um grupo de rebeldes de Tigré que tentavam dominar a cidade de Gondar.

Rebeldes de Tigré são acusados do assassinato de cerca de 120 civis na Etiópia
Milícia armada de Tigré em novembro de 2020: guerra civil na Etiópia já dura dez meses (Foto: TV Tigray)

Troca de acusações

Por um lado, os rebeldes alegam que os combates têm como objetivo forçar o governo a desbloquear rotas de passagem de ajuda humanitária para a região, onde cerca de 400 mil pessoas sofrem com a escassez de alimentos e de outros suprimentos essenciais. As forças de Tigré afirmam que as acusações de assassinato são “fabricadas”, embora inúmeras testemunhas confirmem os fatos relatados pelas autoridades nacionais.

O órgão governamental Comissão Etíope dos Direitos Humanos, por sua vez, reforça a acusação contra os rebeldes, que teriam assassinado os civis durante o processo de retirada de tropas após a derrota militar. “Os civis que não puderam fugir quando a cidade ficou sob o controle das forças (de Tigré) ficaram para trás com a garantia de que nenhum mal lhes aconteceria se fornecerem alimentos (aos rebeldes)”, diz a entidade

Por que isso importa?

A região de Tigré, no extremo norte da Etiópia, está imersa em conflitos desde novembro, quando disputas eleitorais levaram Addis Abeba a determinar a tomada das instituições locais. A disputa opõe a TPLF (Frente de Libertação do Povo Tigré), partido político com um braço armado, às forças de segurança nacionais da Etiópia, amparadas pelo exército da vizinha Eritreia.

Os militares chegaram a reconquistar Tigré, mas os rebeldes viraram o jogo e começaram a ganhar território. No final de junho, eles anunciaram um processo de “limpeza” para retomar integralmente o controle da região e assumiram o comando de Mekelle, a capital regional.

Pouco após a derrota do exército, o governo da Etiópia decretou um cessar-fogo e deixou Tigré. Os soldados do exército da Eitreia, que apoia Addis Abeba, também deixaram de ser vistos por lá. Agora, com o avanço dos rebeldes, que já conquistaram as províncias vizinhas de Afar e Amhara, o exército foi enviado novamente para apoiar as tropas locais.

Em meio à disputa entre rebeldes e governo, a região enfrenta uma campanha que gera fome e violência e já deteriorou as condições de vida de cinco milhões de civis.

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