“A humanidade permanece inaceitavelmente perto da aniquilação nuclear“. A frase foi publicada no domingo (26) pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, em sua conta de Twitter, para marcar o Dia Internacional pela Eliminação Total das Armas Nucleares.
Na mesma mensagem, ele destacou que “quase 14 mil armas nucleares estão armazenadas em todo o mundo” e afirmou que “Agora é a hora de levantar a nuvem do conflito nuclear para sempre, eliminar as armas nucleares de nosso mundo e inaugurar uma nova era de confiança e paz”.
Nearly 14,000 nuclear weapons are stockpiled around the world.
— António Guterres (@antonioguterres) September 26, 2021
Humanity remains unacceptably close to nuclear annihilation.
Now is the time to lift the cloud of nuclear conflict for good, eliminate nuclear weapons from our world, and usher in a new era of trust and peace.
Segundo o português, enfrentar a ameaça das armas nucleares tem sido fundamental para o trabalho das Nações Unidas desde seu início. Ele citou a primeira resolução da Assembleia Geral, em 1946, que traça como meta “a eliminação dos armamentos nacionais de armas atômicas e de todas as outras armas principais adaptáveis à destruição em massa”.
O chefe da ONU destacou que, embora o número total de armas nucleares venha diminuindo há décadas, cerca de 14 mil estão estocadas em todo o mundo, que enfrenta o maior nível de risco nuclear em quase quatro décadas: “Os Estados estão melhorando qualitativamente seus arsenais, e estamos vendo sinais preocupantes de uma nova corrida armamentista”, afirmou ele.
Na quinta-feira (23), o chefe da ONU havia pedido que todos os países detentores de tecnologia nuclear assinassem o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT), que foi adotado em 1996 e já foi assinado por 185 países.
Porém, para que o CTBT entre em vigor, ele deve ser assinado e ratificado por 44 países detentores de tecnologia nuclear específicos, oito dos quais ainda não ratificaram o Tratado: China, Egito, Índia, Irã, Israel, Coreia do Norte, Paquistão e Estados Unidos.
“Permanecemos neste estado de limbo por muito tempo”, disse ele.
Sinais de esperança
Guterres afirmou que, por outro lado, existe um sinal positivo no sentido do desarmamento nuclear. Ele citou a decisão de Rússia e Estados Unidos de prorrogarem o Novo START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) como um sinal de esperança. E acrescentou que o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, que entrou em vigor em janeiro, também constitui uma medida bem-vinda.
A responsabilidade por esses desenvolvimentos, disse o Secretário-Geral, recai sobre os Estados-Membros. Ele descreveu a Conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, programada para ocorrer em janeiro de 2022, como uma janela de oportunidade para todos os países tomarem medidas práticas a fim de prevenirem de forma abrangente o uso de armas nucleares e sua eliminação.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News
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