A Geórgia condenou nesta segunda-feira (20) a realização das eleições parlamentares na Rússia nas províncias separatistas da Abecásia e da Ossétia do Sul, disputadas entre os dois países.
A crítica tem relação à invasão russa que em 2008 tomou a região, que representa cerca de um quinto do território georgiano.De acordo com o portal de notícias locais Civil Georgia, o Ministério das Relações Exteriores do país classificou o pleito como “mais um passo destrutivo de Moscou, que viola grosseiramente as normas fundamentais do direito internacional e ignora completamente a Carta da ONU e a Ata Final de Helsinque”.
De acordo com o órgão governamental, o fato de a população da região ocupada da Geórgia ter que eleger parlamentares e partidos da Rússia “aponta claramente para o processo em curso de anexação de fato da Abecásia e da região de Tskhinvali”.
O vice-ministro das Relações Exteriores do país, Vakhtang Makharoblishvili, já acusou Moscou de “usar medidas de guerra para interferir na escolha soberana da Geórgia”.
O Ministério alega que, desde os anos 2000, a Federação Russa tem realizado passaportização (atribuição em massa de cidadania à população de um determinado território estrangeiro por meio da distribuição de passaportes) forçada e ilegal, além de continuar a ocupação e o controle efetivo sobre essas regiões. Tais medidas, de acordo com a pasta, impedem que centenas de milhares de deslocados internos e refugiados retornem às suas casas.
“A realização de quaisquer eleições na região, especialmente para compor a legislatura do Estado ocupante, é ilegal e dificilmente trará qualquer resultado legal”, disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
A Abecásia ocupada teve nove assembleias de voto abertas para as eleições da Duma, enquanto as regiões de
Disputa
A invasão da Abecásia e da Ossétia do Sul, que vive na esfera de influência pós-soviética, ocasionou o ponto mais baixo das relações entre Moscou e Tbilisi desde o fim da URRS, em 1991.
A Abecásia demanda independência e é apoiada pelos russos, enquanto a Ossétia do Sul pleiteia união com a porção norte do território, há 30 anos parte da Federação Russa.
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