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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Fotojornalista é libertado pelo Taleban após mais de três semanas detido

Por Paulo Tescarolo

O fotojornalista afegão Morteza Samadi, que passou mais de três semanas detido pelo Taleban no Afeganistão, foi solto nesta quinta-feira (30). A informação foi confirmada por amigos do fotojornalista à reportagem de A Referência.

Samadi participou de manifestações contra o governo talibã no dia 7 de setembro, na cidade de Herat. Ele foi detido com outros jornalistas presentes ao protesto.

Com o passar dos dias após a detenção, os demais presos foram sendo libertados. Samadi foi o único mantido em poder dos talibãs, o que gerou o temor de que poderia ser executado.

Após a soltura, amigos de Samadi informaram que ele passou dez dias em poder dos talibãs em local desconhecido, antes de ser enviado a uma prisão em Herat. Durante a detenção, os perfis dele foram apagados das redes sociais.

Morteza Samadi (à esquerda) após a libertação pelo Taleban (Foto: reprodução/Facebook)

Violência contra manifestantes

Ravina Shamdasani, porta-voz da ONU (Organização das Nações Unidas), acusou o Taleban de disparar contra manifestantes, matando dois homens e ferindo outras sete pessoas, nos protestos que levaram à prisão de Samadi. No mesmo dia, na capital Cabul, o movimento teria agredido e prendido várias mulheres e 15 jornalistas.

Segundo Shamdasani, depois das manifestações, os talibãs emitiram uma nota proibindo protestos nas ruas. Ela revelou ainda que o grupo extremista mandou as empresas de telecomunicações desligarem a internet de celulares em áreas específicas de Cabul.

Jornalista agredido

Em agosto, o jornalista Ziar Khan Yaad, da emissora afegã TOLO TV, já havia sido atacado por talibãs em Cabul. “Fui espancado pelo Taleban na Nova Cidade de Cabul enquanto fazia uma reportagem. Câmeras, equipamento técnico e meu celular pessoal também foram sequestrados. Algumas pessoas espalharam a notícia da minha morte, que é falsa. O Taleban saiu de um Land Cruiser blindado e me atingiu com uma arma”, disse ele no Twitter.

Yaad e seu cinegrafista foram surpreendidos pela ação violenta dos extremistas enquanto trabalhavam em uma reportagem sobre a situação de pessoas desempregadas.

O membro sênior da comissão cultural do Taleban Ahmadullah Wasiq declarou que uma investigação sobre o incidente com o jornalista está em andamento e que “as medidas necessárias serão tomadas”.

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