Na corrida global pela imunização contra o coronavírus, Portugal está na frente. Segundo dados da plataforma Our World In Data, da Universidade de Oxford, não há outra nação no mundo que tenha vacinado mais que o país europeu, que já imunizou integralmente 84% de uma população de 10,3 milhões de habitantes, informa a rede Euronews. E isso reflete nos números de hospitalizações e óbitos em queda vertiginosa, que apontam que a pandemia está ficando para trás na península ibérica.
Com a taxa mais alta do mundo, os portugueses estão à frente do segundo colocado, os Emirados Árabes Unidos (80,8%), e do terceiro, Cingapura (77,3%). E muito mais adiantados em relação aos 27 Estados-Membros da União Europeia (
O plano nacional de imunizar totalmente 85% da sua população está perto de ser atingido. Diante dos números, a expectativa é de que Portugal relaxe com suas medidas sanitárias de enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Atualmente, o país têm restrições de fronteira à entrada de estrangeiros, permitindo apenas viajantes de dentro da UE e de outros 20 países, incluindo EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Cingapura, com a exigência de vacinação ou teste negativo. Há também a obrigação de preenchimento de formulário de localização.
Mas, mesmo com o cenário de otimismo, nas ruas, as restrições de capacidade permanecem no setor de bares e gastronomia, bem como em museus e demais espaços culturais, além de eventos familiares, como casamentos e batizados. Há também necessidade de apresentação de passaporte sanitário para ingressar em determinados locais, como grandes eventos, academias e restaurantes nos finais de semana e feriados.
Óbitos despencaram
As taxas de infecção e hospitalizações estão no nível mais baixo dos últimos 18 meses. Nesta quarta-feira (22), foram registradas 891 novas infecções e oito mortes. O comparativo dos últimos 15 dias atesta a queda: 426 pessoas hospitalizadas nesta semana,
527 na semana anterior e 621 em 8 de setembro.Tido como um dos grandes responsáveis pelo sucesso da campanha de imunização, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da força-tarefa de vacinação contra a Covid-19, assumiu a responsabilidade e descontinuou as
estratégias de vacinação já estabelecidas, como as usadas para a dose anual contra a gripe, que utilizava centros de saúde públicos locais, geralmente pequenos, para administrar vacinas.Como as demandas de escala e velocidade para lidar com o coronavírus exigiam uma abordagem diferente, Portugal passou a utilizar grandes pavilhões desportivos em todo o país para instalar o que Gouveia e Melo definiu como “linha de produção”: uma área de recepção e processamento, uma sala de espera, cubículos para a aplicação das injeções e uma área de recuperação.
O vice-almirante também fez um experimento para identificar como seria possível obter um fluxo mais acelerado de pessoas recebendo as doses, e para isso usou soldados como “cobaias” no hospital militar de Lisboa. Somado a isso, o país ainda recebeu uma grande remessa de vacinas em junho, favorecendo o impulsionamento da campanha.
“Ganhamos uma batalha. Não sei se vencemos a guerra contra o vírus. Esta é uma guerra mundial”, ponderou o militar.
Outro fator que parece ter ajudado é a cultura de vacinação do povo português.
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