O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, da sigla em inglês) concluiu a investigação que antecede o julgamento do ex-parlamentar Semen Semenchenko e do agente externo do Escritório Nacional Anticorrupção (NACB, da sigla em inglês) Yevhen Shevchenko, suspeitos de organizar um grupo paramilitar ilegal. As informações são do próprio órgão de segurança ucraniano.
As autoridades concluíram que Semenchenko e Shevchenko seriam responsáveis pelas atividades de um grupo armado, ou uma “empresa militar privada” (PMC, da sigla em inglês). O SBU acredita que a organização esteve por trás de “crimes graves, inclusive contra os alicerces da segurança nacional”.O processo incluiu acusações de ato terrorista, manuseio ilegal de armas, munições ou explosivos e violação do procedimento de transferência internacional de mercadorias sujeitas ao controle de exportação do Estado.
Segundo a agência de notícias ucraniana Unian, com base em um comunicado do SBU, “o grupo consistia em mais de 150 pessoas e operava sob o disfarce de empresas de segurança e ONGs. Os membros seriam treinados em uma base de treinamento na região de Kiev, incluindo treinamento de combate, manuseio de armas e habilidades de guerra. Além disso, parte dos membros frequentou centros de treinamento no exterior”.
Rússia x Ucrânia
Extraoficialmente, Semenchenko afirma que a Rússia está por trás das acusações, porque a PMC criada por ele era uma forte concorrente do Wagner Group, uma organização de mercenários russos que executa o mesmo tipo de missões.
Oficialmente, o Wagner Group sequer existe. Mas há indícios de que ao menos 10 mil pessoas já atuaram para a misteriosa organização, cuja primeira empreitada de que se tem notícia foi em 2014, quando se aliou a separatistas pró-Rússia contra o governo da Ucrânia. Desde então, há sinais de presença do grupo em conflitos em diversos países, como Líbia, Síria, Sudão, Moçambique e República Centro Africana.
Em agosto, um tablet perdido ajudou a expor os segredos da organização. Uma reportagem da rede britânica BBC teve acesso ao equipamento, que expõe a participação da milícia na guerra civil da Líbia, sugere a proximidade entre associados do grupo e o governo russo e dá fortes indícios de que os mercenários são responsáveis por inúmeros crimes de guerra.
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