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terça-feira, 21 de setembro de 2021

Tropas britânicas auxiliam na investigação de massacre ocorrido no Mali em agosto

Tropas britânicas a serviço da Minusma (Missão de Estabilização Integrada Multidimensional da ONU) auxiliaram na investigação do massacre que vitimou pelo menos 51 pessoas no dia 8 de agosto, no norte do Mali, durante supostos ataques extremistas contra três localidades perto da fronteira com o Níger. As informações são do governo do Reino Unido.

As cidades de Ouatagouna, Karou e Deouteguef foram atacadas simultaneamente no fim da tarde de um domingo, na região de Gao, área conhecida como reduto de insurgentes ligados ao Estado Islâmico (EI) e à Al Qaeda. Os agressores chegaram de motocicleta e pegaram a população de surpresa. Casas foram saqueadas e incendiadas, e o gado foi levado.

Nas horas que se seguiram ao atentado, relatos do massacre começaram a chegar ao contingente britânico da missão da ONU na base em Gao. Soldados do Grupo de Reconhecimento de Longo Alcance do Reino Unido (LRRG, na sigla em inglês), equipe especializada em alcançar áreas remotas viajando longas distâncias em terrenos difíceis, foram destacados para o local em veículos off-road, que chegaram ao destino cerca de 36 horas após os ataques.

Presença da missão de paz da ONU e exército britânico na região de Gao (Foto: Mission de l’ONU au Mali/Flickr)

Sob a coordenação do comandante da Força da Minusma, tenente-general Dennis Gyllensporre, as tropas forneceram proteção à comunidade contra novas ofensivas por um período de três semanas, enquanto uma equipe especial de Direitos Humanos da ONU entrevistou os moradores e coletou evidências sobre as agressões feitas pelos militantes.

De acordo com o Reino Unido, as informações levantadas pelo LRRG servirão para apoiar a investigação da ONU, que terá como objetivo ajudar a levar os responsáveis pelo massacre à Justiça. Outro ponto destacado pela missão diz respeito à segurança humana, com o trabalho de mulheres das operações de manutenção da paz acolhendo as mulheres locais.

Para o ministro britânico das Forças Armadas, James Heappey, a rápida reação da força-tarefa do Reino Unido ajudou a ONU a coletar informações vitais de direitos humanos sobre o massacre, “que pode um dia tornar extremistas violentos responsabilizados por seus crimes, ao mesmo tempo em que fornece uma medida de segurança para essas comunidades traumatizadas após o desastre”.

Após o retorno dos investigadores da ONU, o LRRG seguiu com trabalhos de patrulha noturna e voou com drones desarmados de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR, da sigla em inglês) sobre as aldeias da região para prevenir novos ataques a civis.

O LRRG opera no Mali desde dezembro de 2020. Nesse período, o grupo esteve presente em áreas onde as forças de manutenção da paz não conseguiam alcançar, auxiliando a ONU na proteção de civis e facilitando a ajuda humanitária a comunidades remotas antes inacessíveis.

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