A freira colombiana Gloira Cecilia Narváez, sequestrada há quatro anos no Mali, está com a saúde debilitada e segue em poder de um grupo extremista ligado à Al-Qaeda. Ela não conseguiu acompanhar um grupo de reféns que escaparam do cativeiro recentemente, segundo o site argentino Infobae.
As informações foram divulgadas pela Congregação Franciscana Maria Imaculada, da qual Narváez faz parte, embora não tenham sido confirmadas por autoridades internacionais. De acordo com o grupo religioso, a freira de 57 anos vive em condições precárias e está com sérios problemas de saúde.
Os raptores são membros do Jama’at Nasr al-Islam wal Muslimin (grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos, em tradução literal), facção da Al-Qaeda que atua no Magreb e na África Ocidental, sobretudo no Mali. Durante um momento de descuido dos extremistas, os reféns conseguiram fugir. Eles teriam tentado levar a freira, mas não conseguiram.
“Não podemos dizer mais nada. Concordamos na congregação que não falaremos mais nada, apenas pedimos ao povo colombiano que nos ajude nesta corrente de oração pela saúde e libertação da Irmã Gloria Cecilia”, disse as freira superior Aylem Yela Romo, que falou diretamente ao governo colombiano. “Ao Presidente Duque, ao governador de Nariño e a todos os que desejam contribuir no processo de libertação de Gloria Cecilia, rogamos-lhes que nos ajudem e não nos deixem sozinhos neste propósito”.
Narváez fazia parte de um grupo de religiosos que realizava trabalho humanitário na aldeia de Karangasso, no Mali. Em fevereiro de 2017, os extremistas invadiram o acampamento em busca de dinheiro e de uma outra mulher, mas a freira se apresentou como chefe da missão e foi sequestrada.
Desde então, a freira chegou a gravar dois vídeos como prova de vida. Já o governo colombiano esboçou algumas missões de resgate, que não foram adiante devido às informações sobre a saúde debilitada da religiosa, fruto das condições precárias do longo cativeiro.
Por que isso importa?
O Mali vive um momento de instabilidade que começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e extremistas tomaram o poder no norte do país durante dez meses. De quebra, a nação, independente desde 1960, viveu em agosto do ano passado o quarto golpe militar na sua história.
Em meio à turbulência política, o país vive também imerso em conflitos entre militares e extremistas, uma situação que piorou em meio ao processo de redução das tropas francesas do oeste do Sahel africano, por ordem do presidente Emmanuel Macron. A Operação Barkhane teve início em 2013, e desde então 55 soldados franceses morreram em combate ou ataques terroristas. Atualmente, 5,1 mil militares do país estão ativos por lá.
Especialistas e políticos ocidentais enxergam uma geopolítica delicada na região, devido ao aumento constante da influência de grupos jihadistas. Além disso, trata-se de uma posição importante para traficantes de armas e pessoas. A retirada das tropas de Macron tende a aumentar a violência.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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