O Taleban confirmou no sábado (25) a morte de Abu Omar Khorasani, cujo nome originalmente era Maulvi Zia-ul-Haq. O extremista era o líder do Estados Islâmico-Khorasan (EI-K), o braço do grupo jihadista no Afeganistão. A informação foi divulgada pela emissora libanesa al-Mayadeen e reproduzida pela agência afegã Pajhwork.
Khorasani assumiu a lideraça do EI-K após o assassinato do Sheikh Abdul Haseeb Logari, o antigo líder da facção, em abril de 2017. Posteriormente, ele foi detido pelas forlças de segurança afegãs e levado a uma prisão em Cabul. Em meados de agosto deste ano, surgiram informações de que o terrorista havia sido libertado junto com milhares de outros prisioneiros em Cabul.
No dia 26 de agosto, porém, o periódico norte-americano The Wall Street Journal informou que o Taleban havia matado o militante e outros oito membros do EI-K, após a tomada de Cabul. Eles teriam sido executados dentro da prisão. A informação só foi confirmada oficialmente agora pelos talibãs.
Por que isso importa?
No Afeganistão, o EI-K tende a ser o principal opositor doméstico do Taleban. O grupo trata os talibãs como apóstatas, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática. Isso tornaria válido o assassinatos de combatentes do Taleban, conforme a interpretação das leis islâmicas.
Militarmente, porém, a vantagem no Afeganistão é do Taleban, que fortaleceu seu arsenal durante e após a retirada de tropas estrangeiras do país e tende a agregar novos recrutas agora que governa o país. São cidadãos afegãos e mesmo estrangeiros que buscam proteção e meios para sobreviver.
O que distancia os dois grupos é a base ideológica. O Taleban é adepto de uma interpretação do Islã que defende a subserviência da mulher, proíbe muitas tecnologias e o entretenimento, aceitando apenas o conhecimento inspirado por Deus. Já o EI-K prega ideologia ultraconservadora do islamismo Sunita, apoiando a Sharia (lei islâmica) e castigos corporais. Acredita que o mundo deveria seguir os preceitos históricos do Islamismo.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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