Em meio à crise que explodiu em 2016, Camarões continua registrando episódios de violência no conflito entre separatistas anglófonos e tropas nacionais. Nos episódios mais recentes, o governo anunciou a morte de ao menos 15 militares e um número ainda incerto de civis em dois ataques empreendidos por rebeles. As informações são da rede norte-americana Voice of America (VOA).
O ataque mais recente ocorreu no dia 16 de setembro, quando indivíduos fortemente armados, que as autoridades locais classificam como “terroristas”, armaram uma emboscada contra um comboio de oficias das forças de elite camaronesas. O outro ataque, também no noroeste do país, ocorreu no dia 12 de setembro, igualmente contra um grupo de veículos militares.
“Usando IED (dispositivos explosivos improvisados, da sigla em inglês) e um lançador de foguetes antitanque, os insurgentes imobilizaram os veículos antes de abrirem fogo pesado contra eles”, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país.
Por que isso importa?
A crise em Camarões começou em 2016, quando professores e advogados tomaram as ruas para protestar contra o domínio do francês nos tribunais e nas escolas de língua inglesa. A greve ganhou corpo rapidamente, e em novembro uma boa parte da população já pedia por reformas políticas.
Os grupos separatistas anglófonos ganharam força, e mesmo com a pandemia a violência teve escalada rápida. Os conflitos se concentram nas províncias do noroeste e do sudeste, com acusações mútuas de assassinatos de civis. Mais de 3,5 mil pessoas morreram desde então, e pelo menos 700 mil foram forçadas a deixar suas casas.
O Ministério da Defesa acusa “a existência de ligações e trocas de armamentos sofisticados” entre “terroristas separatistas” e “outras entidades terroristas que operam além das fronteiras”, incluindo grupos extremistas islâmicos.
Sem sucesso nas tentativas de firmar um acordo de paz com os combatentes, o presidente Paul Biya, há 38 anos no poder, já pediu ajuda à UE (União Europeia), e aos Estados Unidos.
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