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terça-feira, 21 de setembro de 2021

Estudo alerta para ‘grande onda de migração interna’ devido à crise do clima

Um novo relatório do Banco Mundial conclui que 216 milhões de pessoas serão forçadas a migrar dentro de seus próprios países por conta das mudanças climáticas. O estudo aponta que os focos desse movimento interno devem surgir já no final desta década e se intensificar nos próximos 20 anos.

Para o vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial Juergen Voegele, problemas como escassez de água, queda de produtividade das lavouras e aumento do nível dos mares fazem com que “cada vez mais as pessoas se mudem para outras cidades”.

A instituição analisou os efeitos migratórios em seis regiões do mundo: América Latina, Norte da África, África Subsaariana, Europa Oriental e Ásia Central, Sul Asiático, e Leste Asiático e Pacífico.

No pior cenário, a África Subsaariana poderá ter 86 milhões de migrantes internos se os efeitos da mudança climática não forem mitigados.

Deslocados da República Democrática do Congo na província de Tanganyika, outubro de 2020 (Foto: Unicef/Olivia Acland)

Já na América Latina, o relatório estima que 17 milhões de pessoas se deslocarão nos seus próprios países até o ano de 2050.

Aocitar o Brasil, o documento reconhece os “desafios colocados por mudanças climáticas e desastres naturais na região, bem como pelo deslocamento de pessoas através das fronteiras que o fenômeno pode causar na região”.

Para reduzir a migração prevista no pior cenário, o Banco Mundial recomenda que os países reduzam as emissões globais e façam todos os esforços para cumprir as metas previstas no Acordo de Paris.

A publicação ressalta o caso de São Tomé e Príncipe, que optou pela retirada voluntária de pessoas vulneráveis para comunidades costeiras após fortes enchentes.

De acordo com a Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados), esse seria o “último recurso, para o qual se devem considerar princípios de direitos humanos relevantes, como liberdade e consentimento dos afetados.

O Banco Mundial destaca que, para que essa operação seja eficaz, também se recomenda uma participação efetiva e significativa das vítimas, além de compensação justa e dos direitos a um padrão de vida adequado, incluindo o de moradia.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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