Um novo relatório do Banco Mundial conclui que 216 milhões de pessoas serão forçadas a migrar dentro de seus próprios países por conta das mudanças climáticas. O estudo aponta que os focos desse movimento interno devem surgir já no final desta década e se intensificar nos próximos 20 anos.
Para o vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial Juergen Voegele, problemas como escassez de água, queda de produtividade das lavouras e aumento do nível dos mares fazem com que “cada vez mais as pessoas se mudem para outras cidades”.
A instituição analisou os efeitos migratórios em seis regiões do mundo: América Latina, Norte da África, África Subsaariana, Europa Oriental e Ásia Central, Sul Asiático, e Leste Asiático e Pacífico.
No pior cenário, a África Subsaariana poderá ter 86 milhões de migrantes internos se os efeitos da mudança climática não forem mitigados.
Já na América Latina, o relatório estima que 17 milhões de pessoas se deslocarão nos seus próprios países até o ano de 2050.
Aocitar o Brasil, o documento reconhece os “desafios colocados por mudanças climáticas e desastres naturais na região, bem como pelo deslocamento de pessoas através das fronteiras que o fenômeno pode causar na região”.
Para reduzir a migração prevista no pior cenário, o Banco Mundial recomenda que os países reduzam as emissões globais e façam todos os esforços para cumprir as metas previstas no Acordo de Paris.
A publicação ressalta o caso de São Tomé e Príncipe, que optou pela retirada voluntária de pessoas vulneráveis para comunidades costeiras após fortes enchentes.
De acordo com a Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados), esse seria o “último recurso, para o qual se devem considerar princípios de direitos humanos relevantes, como liberdade e consentimento dos afetados.
O Banco Mundial destaca que, para que essa operação seja eficaz, também se recomenda uma participação efetiva e significativa das vítimas, além de compensação justa e dos direitos a um padrão de vida adequado, incluindo o de moradia.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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