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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Fome e criminalidade são parte do cotidiano de soldados norte-coreanos durante a pandemia

Alimentação precária, longa jornada de trabalho e inserção na criminalidade. Desde o início da pandemia de Covid-19, os soldados norte-coreanos têm enfrentado sérios problemas no país comandado pela mão de ferro de Kim Jong-un, de acordo com a revista The Diplomat.

Em geral, as condições são ruins para a população da Coreia do Norte, que ainda mantém suas fronteiras fechadas para conter o avanço do coronavírus. As condições pioraram, e a escassez de alimentos também é um problema fora dos quartéis. Mas a situação dos soldados é particularmente dramática.

O descontentamento dos militares se baseia principalmente nos deslocamentos para trabalhar em fazendas, em áreas atingidas por desastres ou em canteiro de obras. A decisão de realocar os soldados surgiu como resultado do encurtamento do serviço militar de 13 para oito anos, no caso dos homens, e de oito para cinco anos, no caso das mulheres.

Com a redução do tempo de serviço, os soldados que foram dispensados acabaram sendo enviados posteriormente a áreas remotas do país para trabalhar.

Escassez de alimentos, mão de obra pesada e roubos fazem parte da rotina dos soldados (Foto: Roman Harak/Wikimedia Commons)

O problema é que o mau comportamento do efetivo causou estragos sociais, com casos de assédios contra mulheres e brigas. Uma vez que um soldado dispensado é enviado ao campo para trabalhar em uma fazenda, fica cada vez mais difícil subir na escala social e ter melhores oportunidades de emprego, ou mesmo ingressar no Partido dos Trabalhadores, que comanda o país.

Oficiais de alta patente, acima do posto de major, também têm sido afetados. Na

província de Yanggang, por exemplo, ao longo da fronteira com a China, eles ajudam na construção de estruturas improvisadas erguidas para evitar travessias e deserções. Os oficiais são escolhidos para atuar nas regiões fronteiriças do país porque as autoridades temem que soldados alistados – que têm escassas rações de comida e condições de vida precária – podem desertar se enviados para tais áreas.

“Embora majores, tenentes-coronéis e coronéis tenham sido mobilizados para o trabalho, eles são tão magros que parecem desnutridos”, disse uma fonte sob anonimato. “Os oficiais parecem tão indispostos que nem é preciso dizer que os recrutas devem estar ainda piores”.

Fome, criminalidade e precariedade

Diante de um cenário de trabalho em excesso e fome, os soldados, além de roubar casas, visam até a instalações de armazenamento de alimentos de agências governamentais.

“Alguns soldados estão tão fracos por causa da desnutrição devido à falta de comida que são colocados em enfermarias militares quando tentam escapar [depois de serem pegos roubando], mas são espancados até virar polpa por civis”, explicou uma fonte. Segundo o informante, os soldados destacados para aquela área sobrevivem com apenas uma refeição à base de raízes retirada das encostas.

A falta de equipamentos de construção e outros insumos também dificulta o trabalho dos soldados. Na província de Yanggang, as autoridades forneceram apenas 40% dos suprimentos necessários para as obras naquela área. A precariedade é tão acentuada que alguns oficiais de logística são obrigados a vender parte do material de construção para alimentar seu contingente.

“Os oficiais de logística encarregados de alimentar as tropas não têm nada e não estão recebendo ajuda nem das localidades, nem de Pyongyang. Então, eles estão [vendendo] vergalhão, cimento e areia e comprando batatas recém-colhidas ou milho para alimentar os soldados”, explicou uma fonte.

Mesmo diante da atmosfera de crise humanitária, a Coreia do Norte afirma que suas “medidas de prevenção à Covid-19 não estão violando os direitos humanos de seu povo”, embora um relatório da ONU divulgado na semana passada mostre o contrário. Com o país continuando a rejeitar a ajuda externa e dobrando os esforços para bloquear a fronteira, o povo norte-coreano terá um longo e difícil inverno pela frente.

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