O coordenador do monitoramento de terrorismo da ONU (Organização das Nações Unidas), Edmund Fitton-Brown, alertou que o Taleban ainda mantém laços estreitos com a Al-Qaeda. A afirmação foi feita em entrevista à emissora japonesa NHK.
A relação continua mesmo um ano após o acordo de paz mediado pelos EUA, assinado em 29 de fevereiro de 2020. No tratado, as partes concordaram em retirar as forças do Afeganistão caso o Taleban cortasse relações com grupos terroristas internacionais – inclusive a Al-Qaeda.
“O Taleban continua recebendo apoio da Al-Qaeda para campanhas militares”, relatou Fitton-Brown. “Esse apoio inclui ainda o fornecimento de abrigo e proteção”.
O oficial confirmou as afirmações, lançadas pelo Pentágono, ainda em julho passado. Segundo Fitton-Brown, há entre 400 e 600 combatentes da Al-Qaeda no Afeganistão. As tropas recebem armas e realizam treinamento militar conjunto.
Em relatório anterior, a Defesa dos EUA afirma que o território do Afeganistão e seu vizinho Paquistão continuam sendo “santuário” para o grupo e diversos outras facções extremistas islâmicas.
Esses integrantes seriam sobretudo da Arábia Saudita, Egito e outros países do Oriente Médio, disse Fitton-Brown. Os grupos partilham do mesmo objetivo de “retirar os EUA e as forças estrangeiras do Afeganistão” e são coordenados por “altos funcionários”.
“A continuidade das relações entre o Taleban e a Al-Qaeda pode afetar o processo de paz e causar, inclusive, um atraso na retirada das forças americanas”, alertou o oficial da ONU.
A tentativa de um acordo de paz, iniciada em setembro passado, se dá em meio ao aumento de ataques terroristas e suspensões das negociações entre o Taleban e o governo intra-afegão.
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