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quinta-feira, 18 de março de 2021

Taiwan anuncia reforço contra Beijing no Mar da China Meridional

Taiwan aumentou o número de soldados e armamentos na ilha de Itu Aba, no Mar da China Meridional, e aguarda um novo reforço vindo dos EUA, anunciou o novo ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng, nesta quarta (17).

Ao Parlamento, Chiu afirmou que Washington aprovou a exportação de tecnologia para equipar uma nova frota de submarinos de Taiwan. O reforço visa conter as ameaças da China, que reivindica Taiwan como parte de seu território.

Beijing defende a política de “uma só China” contra Taipé desde 1949. A província rebelde é mais um ponto de atrito na já conflituosa relação China-EUA.

Taiwan anuncia reforço contra Beijing no Mar da China Meridional
Integrantes do ministério da defesa de Taiwan, incluindo o novo ministro Chiu Kuo-cheng (o primeiro da esquerda para a direita), em frente a sede do governo, Taipé, março de 2017 (Foto: Divulgação/Governo de Taiwan)

Itu Aba é a maior ilha do arquipélago desabitado de Spratly, no Mar da China Meridional, território sobre o qual a Guarda Costeira de Taiwan tem domínio. “[Os chineses] são capazes de iniciar uma guerra”, disse Chiu, em registro da Reuters. “Meu objetivo é que estejamos prontos”.

As medidas em Itu Aba seriam uma resposta à expansão chinesa na região. Beijing construiu diversas ilhas artificiais no Mar da China Meridional – muitas das quais possuem bases áreas – e reclama para si as ilhas e as águas territoriais em seu entorno. Países como Vietnã, Filipinas, Malásia e Brunei também são contrários ao movimento, alegando que as plataformas invadem seus domínios marítimos.

Reformulação questionada

Chiu é o artífice de uma total reformulação do Ministério de Defesa de Taiwan, implantada em fevereiro, em meio a escalada de ameaças da China contra a ilha. Nos últimos meses, cresceram os sobrevoos de aviões chineses, como jatos de combate e bombardeio J-10, na zona de defesa aérea de Taiwan, localizada na extremidade superior do Mar da China Meridional.

Especula-se que a mudança ministerial seja um reflexo da eleição de Joe Biden nos EUA, que não seria “tão firme” em seu apoio a Taiwan como o ex-presidente Donald Trump, analisa o think tank The Australian Strategic Policy Institute. Outros acreditam que a presidente Tsai Ing-wen busca adotar uma postura mais conciliatória em relação a Beijing.

Uma terceira teoria, porém, aponta a reformulação do Ministério como uma resposta ao modelo de “guerra irrestrita” dos chineses. É possível que a transformação no corpo de defesa de Taiwan busque se adaptar a “novos tipos de guerra”, que envolvem política, cinética, de inteligência e informação.

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