Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
A lista de urgência do Iêmen foi entregue pelas Nações Unidas a uma Conferência de Doadores nesta segunda-feira (1). Por videoconferência, o secretário-geral António Guterres disse que o Iêmen precisa de US$ 3,85 bilhões para atender as necessidades humanitárias deste ano.
No topo da relação está a emergência para salvar vidas do país em conflito além de maior participação política, governança responsável, direito à cidadania plena e justiça econômica.
O encontro de alto nível, porém, teve promessas de aproximadamente US$ 1,7 bilhão, um valor que o chefe da ONU considerou decepcionante. A conferência foi coorganizada pela Suécia e Suíça para financiar a resposta à crise no país, que vive uma guerra de mais de seis anos.
Na abertura, Guterres ressaltou que este é um momento de corrida contra a fome, se o propósito é evitar a morte de milhões de iemenitas pelo problema e pela inanição.
O conflito começou quando rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, tomaram áreas do norte e a capital Sanaa. Uma aliança internacional liderada pela Arábia Saudita combate os grupos ao lado do governo reconhecido pela comunidade internacional.
Para Guterres, esta é “uma ameaça mortal num país que já enfrenta graves problemas de saúde”. Surtos de cólera e desnutrição infantil severa já causaram milhares de mortes.
Fome
O conflito também levou ao encerramento ou destruição de metade das instalações de saúde. Estima-se que 4 milhões de iemenitas tenham sido forçados a abandonar suas casas.
De acordo com as Nações Unidas, mais de 16 milhões de pessoas passarão fome ainda este ano devido à urgência do Iêmen. Cerca de meio milhão já vivem em condições semelhantes à fome.
No ano passado, o número de civis mortos e feridos pode ter sido superior a 2 mil. A situação causou graves danos na economia e arrasou os serviços públicos.
Este ano, quase metade de menores de cinco anos deverá enfrentar desnutrição aguda. Guterres chamou a atenção para sintomas que incluem perda excessiva de peso, depressão e exaustão.
O secretário-geral disse que cerca de 400 mil dessas crianças também sofrem de desnutrição aguda grave e podem morrer se não receberem tratamento urgente.
Uma das questões mais preocupantes é a queda do financiamento humanitário. No ano passado, os doadores entregaram US$ 1,9 bilhão – metade do necessário e angariado no período anterior.
Diante do colapso da moeda iemenita e das quedas das remessas vindas do exterior, várias agências que forneciam alimentos, água e saúde limitaram ou mesmo interromperam a atuação em território iemenita.
Guterres alertou que reduzir a ajuda à urgência do Iêmen é uma espécie de sentença de morte para famílias inteiras. Em 2018, doadores evitaram a fome com contribuição, incluindo de nações vizinhas.
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