Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
Em tempo de resposta à pandemia, 2021 marca o Dia Internacional da Mulher realçando a liderança feminina: Alcançando um futuro de maior igualdade num mundo com a Covid-19.
Em Angola, todos os olhos estão voltados para a imunização contra o vírus. Este março, o país recebeu 624 mil doses da vacina AstraZeneca, quase um ano após terem sido confirmados os primeiros dois casos em 21 de março de 2020.
Com mais de 2,5 milhões de doses do imunizante, Angola será o lusófono que receberá a maior quantidade atribuída pelo Covax, o principal mecanismo global para vacinar pessoas em países em desenvolvimento.
A iniciativa é coordenada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Para a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, a vacinação é uma nova etapa de combate à Covid-19 a seguir a êxitos conseguidos na antecipação da pandemia.
“Estas vacinas vão permitir a implementação da primeira fase do plano de vacinação contra a Covid-19 em Angola, em particular para aqueles de alto risco”, disse.. Mais de 60% dos trabalhadores de saúde são mulheres os motores da famílias e comunidades no país.
Mesmo em janeiro de 2020, antes das primeiras notificações, Lutucuta esteve à frente da etapa de adoção e implementação de medidas restritivas com autoridades ao mais alto nível.
Medidas de contingenciamento
Em declarações à ONU News, de Luanda, a ministra realça ter valido a pena promover ainda cedo os comportamentos preventivos como o uso de máscaras individuais, o distanciamento físico e a higiene das mãos.
“Medidas rigorosas para conter a pandemia controlando o seu impacto na saúde, no contexto social e econômico. Um plano de contingência multissetorial e dinâmico já está a postos”, disse.
Segundo ela, a estratégia para a mobilização da comunicação de risco para reduzir a transmissão do Sars-Cov-2 teve um impacto importante na nossa sociedade bem como o reforço da vigilância epidemiológica por todo o país.
Mas a complexa preparação também envolve em nível estrutural, decisões com impacto na saúde e noutros contextos socioeconômicos. Ao mesmo tempo que a informação, a mobilização e as medidas contra a transmissão circulavam foi reforçada a vigilância da epidemia em todo o país.
Mais profissionais estão na resposta rápida e há controle sobre a saúde de pessoas que entravam no país. Em nível interno, as quarentenas e o controle de mobilidade eram implementadas entre as 18 províncias angolanas.
Houve ainda um impulso dado a obras hospitalares, com a construção de infraestruturas exclusivamente dedicadas ao tratamento de casos. Novas instalações de campanha e a adaptação dos hospitais existentes foram agilizadas para atender casos.
Adaptação
Pouco mais de um quinto dos novos leitos dedica-se a emergências hospitalares: 1.028 de mais de 5 mil. Mais 25 mil funcionários de saúde reforçaram a resposta.
A testagem em laboratórios aumentou, disse a ministra. “A ação começou como uma emergência de saúde pública que rapidamente se revelou o maior desafio com efeitos sistêmicos nas estruturas sociais e econômicas dos países”, disse.
A ministra aponta o fato de a transmissão comunitária estar a ocorrer somente em Luanda, a capital. A maior área metropolitana alberga cerca de 27% dos 30 milhões da população angolana.
Nas restantes províncias, a transmissão de surtos é ocasional “sem aumento de demanda dos serviços de saúde”. Com a chegada de vacinas arranca outra fase decisiva. Lotucuta contou que a recepção das centenas de milhares de doses é uma boa notícia.
Enquanto prossegue o combate às desigualdades, as mulheres terão destaque na implementação da primeira fase da imunização contra a Covid-19 reservada particularmente aos mais expostos e em risco.
“São elas que adotam mais medidas de proteção, o que é refletido pelo mais baixo número de casos notificados em relação ao resto da população”, pontuou.
Mas neste grupo, as mais afetadas pela doença são as economicamente mais ativas com idades compreendidas entre 30 e 39 anos. Em março, Angola teve mais de 8 mil casos da Covid-19. O cumulativo de infectados ronda 20,9 mil.
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