Cerca de 70% dos norte-americanos preferem adquirir produtos e serviços manufaturados nos EUA – mesmo que paguem a mais por eles, aponta uma pesquisa do Conselho Carnegie de Ética em Assuntos Internacionais.
Sete em cada dez entrevistados defenderam que os EUA devem evitar a dependência excessiva da China. A maioria prefere pagar um valor mais alto por produtos que não violem direitos humanos de outros países.
“Com a pressão para reduzir a dependência da China e outras democracias questionáveis, poderemos ver mais empresas anunciando produtos feitos em casa”, disse Nick Gvosdev, membro sênior do Conselho à revista “Forbes”.
Conforme Gvosdev, computadores produzidos no Texas poderão ser mais atraentes para empresas e indivíduos mesmo com o acréscimo da mão de obra local – ainda que muitos de seus componentes ainda venham da China.
Outra possibilidade é a troca de fornecedores offshore alternativos à China, caso as pressoes políticas contra o país continuem. O presidente do grupo Foxconn, um principais fornecedores da Apple, Young Liu, já previu o movimento.
Segundo ele, a guerra comercial entre EUA e China deve marcar o “fim do tempo da China como a fábrica do mundo”. A Foxconn já tem deslocado parte da produção para outros países da Ásia.
Cerca de um terço do que o grupo produz já vem de locais como a Índia e o sudeste asiático.
Mudança afeta o mercado
Conforme o CDI (Índice Kearney de Diversificação da China), embora a China continue sendo o principal centro de manufatura do mundo, o país já perdeu parte dos atrativos.
Em 2013, a China produziu cerca de 67% de todos os produtos manufaturados de origem asiática dos EUA. Seis anos depois, em 2019, a participação era de 56%.
Muito se deve ao aumento do custo de mão de obra e padrões ambientais mais rígidos. Dos US$ 31 bilhões em importações de produtos que os EUA deixaram de receber da China, 46% foi para o Vietnã – país visto, hoje, como uma “mini-China”.
Gvosdev prevê que Joe Biden promoverá novas parcerias com Europa, Índia e México. A ênfase deve ser semelhante ou um pouco menor que o plano “Made in America”, proposto por seu antecessor Donald Trump.
A pesquisa do Conselho Carnegie foi realizada entre fevereiro e agosto de 2020 com cerca de 500 norte-americanos.
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