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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Condenados por decapitar jornalista Daniel Pearl são libertados no Paquistão

A família do jornalista norte-americano Daniel Pearl, sequestrado e decapitado em 2002, vai apelar à decisão da Suprema Corte do Paquistão de libertar os quatro homens condenados pelo crime.

Na quinta-feira (28), três juízes rejeitaram as condenações pelo assasinato e ordenaram a soltura, disse a Reuters. Com dois votos a um, os magistrados mantiveram as sentenças pelo sequestro do então repórter do “The Wall Street Journal”.

Os extremistas islâmicos, incluindo o líder Ahmad Omar Saeed Sheikh, já haviam cumprido as penas por sequestro e deixaram a prisão. O tribunal não esclareceu o motivo para a libertação e afirmou que “explicaria o raciocínio em data posterior”.

Ao todo, a sentença dos criminosos somava 18 anos de detenção. Em 2020, o tribunal comutou a condenação de Sheikh de pena de morte para prisão perpétua.

Condenados por decapitar jornalista são libertados no Paquistão; família vai apelar
Um dos últimos registros do jornalista norte-americano Daniel Pearl logo após seu sequestro, em Karachi, no Paquistão, em 2002 (Foto: Reprodução/Wall Street Journal)

Desdobramentos

Em um comunicado emitido na noite de sábado (30), o advogado da família de Pearl, Faisal Siddiqui, disse que deve entrar com uma petição para que o tribunal revise a decisão “ilegal e injusta” do tribunal paquistanês.

O procurador-geral do Paquistão Khalid Jawed Khan afirmou que as autoridades de Sindh, onde ocorreu o sequestro, “unirão todos os esforços” para revogar a decisão. “Exploraremos todas as opções legais”, disse.

Nos EUA, o secretário de Estado Antony Blinken classificou a decisão como uma afronta às vítimas do terrorismo. Segundo ele, Washington já se prepara para processar Sheik também nos EUA.

A decisão coloca as negociações de Washington com o Afeganistão em risco, já que o vizinho Paquistão é peça-chave no processo para pacificar a região e neutralizar ameaças de terrorismo.

Daniel Pearl tinha 38 anos e investigava militantes islâmicos em Karachi após os ataques de 11 de setembro de 2001, nos EUA. O vídeo de sua decapitação veio à público poucas semanas após seu sequestro.

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