Enquanto o mundo se volta para as eleições dos EUA, deste terça (3), a saída formal de Washington do Acordo de Paris, na quarta (4), é um marco para o futuro da gestão do clima global.
Ratificado por 189 países, o acordo foi assinado em 2015 para proteger o planeta do agravamento da crise climática. Os EUA foram os únicos a desistir formalmente do entendimento.
O governo de Donald Trump notificou a saída ainda em novembro de 2019, lembrou a CNN. Confome as regras, um país só pode deixar o grupo de maneira oficial após um ano da notificação.
Se Trump não for reeleito, no entanto, os EUA podem voltar. Seu oponente – e, até agora, mais cotado para assumir Washington –, Joe Biden, já prometeu reinserir o país no Acordo do Clima o mais rápido possível.
Com um plano climático orçados em US$ 2 trilhões, o democrata ainda quer que os EUA alcancem 100% de geração de energia limpa até 2035. Se eleito, Washington deve se unir novamente ao Acordo de Paris em 20 de fevereiro – um mês após a posse do ex-vice de Barack Obama.
Possíveis cenários
Conforme o Acordo de Paris, os países devem ter metas atualizadas a cada cinco anos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Uma possível retomada dos EUA representa o estabelecimento de novas metas até 2030.
Quando se uniu ao acordo, o governo de Obama se comprometeu em cortar as emissões de poluentes em até 28% até 2025. Com a retirada de Trump, contudo, as metas ficaram de lado e o país está longe de atingir o objetivo.
O retorno com Biden, no entanto, também depende do apoio do Congresso, apontou a CNN. Mesmo com uma maioria na Câmara e no Senado, ainda é possível que seja custoso para Biden aprovar legislações climáticas sem o apoio republicano,
Ao mesmo tempo, a reeleição de Trump e a saída definitiva do termo tende a afastar ainda mais os EUA da comunidade internacional em assuntos do clima. Todas as grandes potências, como China, Índia, União Europeia, Reino Unido, Japão, Rússia e Brasil permanecem no acordo.
Se sair, Washington se une ao Irã, Líbia, Iraque, Turquia e outras pequenas nações. Dentro do país, o combate aos efeitos climáticos deve prosseguir por meio de políticas estaduais, como fizeram a Califórnia e Nova York durante o governo Trump.
Entre os países que mais poluem, os EUA estão em segundo lugar. A ausência do país representa, para a comunidade internacional, atraso no plano de reduzir a zero as emissões de gases de efeito estufa até o final do século.
O post Com saída de Acordo de Paris, eleição dos EUA define rumo climático global apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos