Correio de Piedade

Jornal Correio de Piedade - Acompanhe as últimas notícias de Piedade e região, economia, política, nacional, internacional, Tv, ciência e tecnologia.

Hospedagem de sites ilimitada superdomínios

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

ONG cita civis mortos em ataques aéreos e pede fim da venda de combustível a Mianmar

Bombardeios realizados pela força aérea de Mianmar foram responsáveis por algumas das 2,3 mil mortes de civis atribuídas à junta militar desde que assumiu o poder no país em fevereiro de 2021. A fim de conter o problema, a ONG Anistia Internacional publicou na quinta-feira (3) um relatório no qual pede a interrupção da cadeia que permite a chegada do combustível para abastecer as aeronaves birmanesas.

“Esses ataques aéreos devastaram famílias, aterrorizaram civis, mataram e mutilaram vítimas. Mas, se os aviões não podem reabastecer, eles não podem voar e causar estragos”, disse a secretária-geral da Anistia , Agnès Callamard. “Estamos pedindo a fornecedores, agentes marítimos, proprietários de embarcações e seguradoras marítimas que se retirem de uma cadeia de suprimentos que está beneficiando a força aérea de Mianmar”.

A ONG documentou 16 ataques aéreos ilegais realizados pela junta entre março de 2021 e agosto de 2022. Em dois deles foi usada munição cluster, que se abre no ar e despeja uma série de bombas no solo, atingindo uma área consideravelmente maior, aumentando o dano e reduzindo as chances de as pessoas se protegerem. O uso desse tipo de armamento é proibido internacionalmente.

Os ataques aéreos documentados mataram coletivamente pelo menos 15 civis, feriram pelo menos 36 e destruíram casas, edifícios religiosos, escolas, instalações médicas e um campo para deslocados. No entanto, os números reais tendem a ser bem maiores, vez que a ONG listou apenas os casos verificados por evidências diretas.

Casa destruída após bombardeio em Mianmar, junho de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/ Phyu-Phyu)
Empresas envolvidas

Uma investigação conduzida pela entidade expôs as companhias inseridas na cadeia de suprimentos que permite aos militares de Mianmar reabastecer seus jatos para bombardear grupos rebeldes e a população civil.

“Não pode haver justificativa para participar do fornecimento de combustível de aviação a um militar que tem um flagrante desrespeito aos direitos humanos e foi repetidamente acusado de cometer crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras graves violações dos direitos humanos”, afirmou Callamard. 

De acordo com a Anistia, a principal empresa estrangeira envolvida no manuseio, armazenamento e distribuição de combustível de aviação em Mianmar é a Puma Energy, que pertence em grande parte à gigante global do comércio de commodities Trafigura e atua no país asiático desde 2015.

O combustível entra no país através do porto de Thilawa e fica armazenado em um terminal. A Puma diz que tentou impedir a chegada do combustível aos militares, mas alega que eles exigiram a entrega “à força”.

Segundo a Anistia, nem o recente anúncio de que a empresa vendeu seus ativos em Mianmar resolve o problema. “O anúncio de venda para uma ‘empresa privada local’ não divulgada levanta preocupações inteiramente novas sobre a necessidade de se desvincular de forma responsável e transparente e evitar deixar a infraestrutura de combustível de aviação nas mãos de militares de Mianmar”, disse Montse Ferrer, pesquisadora de negócios e direitos humanos da ONG. 

O documento cita ainda outras empresas que teriam participado do processo que permitiu a chegada de combustível de aviação aos militares: Singapore Petroleum Company e Chevron Singapore, ambas de Singapura, PetroChina, da China, Thai Oil, da Tailândia e Rosneft, da Rússia. A ExxonMobil, dos EUA, também está ligada a uma remessa de junho de 2022. 

Segundo o relatório, entre fevereiro de 2021 e 17 de setembro de 2022, “pelo menos sete petroleiros descarregaram oito carregamentos de combustível de aviação” em um terminal portuário de Yangon. 

“Representantes da Rosneft, Chevron e Thai Oil disseram à Anistia Internacional que receberam garantias de que as remessas seriam apenas para fins civis. O SPC da PetroChina não respondeu aos pedidos de comentários. Em resposta às cartas da Anistia Internacional, a Thai Oil declarou que interromperá as vendas de combustível de aviação Jet A-1 para Mianmar ‘até que não exista tal problema’”, diz a ONG. 

O post ONG cita civis mortos em ataques aéreos e pede fim da venda de combustível a Mianmar apareceu primeiro em A Referência.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos

Traduza

Adbox