Com o objetivo de discutir acordos de cooperação policial, a China disse que realizou uma videoconferência na terça-feira (22) com um grupo de nações insulares do Pacífico. Chamado “1º Diálogo Ministerial sobre Capacitação e Cooperação Policial”, o encontro ocorreu em meio a crescentes tensões na região entre Beijing, Austrália e Nova Zelândia. As informações são da agência Reuters.
A mídia estatal chinesa informou nesta quarta-feira (23) que o ministro da Segurança Pública do país, Wang Xiaohong, esteve à frente do que chamou de “primeiro diálogo em alto nível”. O encontro virtual foi co-presidido pelo ministro da Polícia das Ilhas Salomão, Anthony Veke, e ocorreu logo após dois fortes terremotos terem atingido o arquipélago na terça, causando alerta de tsunami.
De acordo com o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), o objetivo foi “estabelecer uma relação cooperativa mais amigável, formar um método de cooperação mais eficiente e aprimorar as capacidades profissionais de aplicação da lei”. Participaram representantes de Fiji, Vanuatu, Kiribati, Tonga e Papua Nova Guiné.
O ministro da Polícia de Tonga e seu comissário de polícia, que é cidadão australiano, não estavam disponíveis, disse um porta-voz da polícia local. “Havia outro representante”, acrescentou.
O comissário de polícia de Papua Nova Guiné também não esteve presente. A ilha mais populosa do sul do Pacífico foi representada por um superintendente da polícia, segundo informou um porta-voz.
A tentativa da China de firmar um acordo comercial e de segurança com dez nações insulares do Pacífico em maio alimentou a preocupação Washington e Canberra sobre as ambições militares chinesas na região e estimulou a ajuda ocidental.
Isso porque o presidente chinês, Xi Jinping, vem dando passos significativos em busca de influência na região após propor um pacto mais abrangente há meio ano com dez nações insulares do Pacífico Sul. Fazem parte das negociações Fiji, Niue, Samoa, Tonga, Kiribati, Papua Nova Guiné, Vanuatu, Ilhas Salomão, Timor Leste e Micronésia. Ao menos este último se opôs à proposta, impedindo o acordo em um primeiro momento.
O sinal de alerta para EUA, Austrália e Nova Zelândia foi ativado quando vazou a informação de que o governo chinês estava prestes a firmar um pacto de segurança com as Ilhas Salomão. Assinado em abril, o acordo foi contestado pelo Ocidente devido à falta de transparência e à possibilidade de conceder a Beijing o direito de construir no território salomônico uma base militar.
Em cúpula com líderes do Pacífico realizada em setembro, o presidente dos EUA, Joe Biden, buscou afastar a influência da China. Colocando mudanças climáticas na pauta, o encontro também representou o mais recente empenho do democrata em amarrar as relações com a região, à medida que tenta arrefecer a crescente influência militar e econômica chinesa no Indo-Pacífico.
Já Papua Nova Guiné está em meio a negociações sobre um pacto de defesa com a Austrália, enquanto Fiji assinou um acordo com Canberra em outubro para permitir a operação de seus militares no país um do outro.
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