Dez soldados do exército do Chade foram mortos nesta terça-feira (22) em um ataque realizado por extremistas islâmicos no oeste do país africano. A informação foi confirmada pelo gabinete presidencial chadiano e reproduzida pelo site The Defense Post.
O ataque ocorreu perto de Ngouboua, região do Lago Chade, onde existe forte atividade de grupos terroristas. Trata-se de uma área que engloba partes dos territórios de quatro países: Chade, Nigéria, Níger e Camarões. Os dois grupos mais ativos por ali são o Boko Haram e o ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental).
De acordo com o porta-voz presidencial Brah Mahamat, uma unidade militar foi “atacada por elementos da seita Boko Haram”. Ele acrescentou: “Os cerca de dez mortos e feridos são membros das forças de defesa”.
Entretanto, a autoria do ataque não fica totalmente clara, vez que o governo do Chade habitualmente usa a expressão “Boko Haram” para se referir a qualquer organização extremista islâmica ativa no país.
A ação desta terça derruba a argumentação do general Mahamat Idriss Déby Itno, que recentemente declarou que os insurgentes “não têm mais força para atacar as bases” , por isso vinham atacando civis. Ele governa o país desde que o pai, Idriss Déby Itno, morreu justamente em um confronto com rebeldes.
Território violento
O Lago Chade é uma vasta área de águas e pântanos compartilhada por Níger, Nigéria e Camarões, além do próprio Chade. Militantes do Boko Haram e do rival ISWAP vêm ocupando há anos a região, que se estabeleceu como um reduto extremista e de onde parte a maioria dos atentados a civis e tropas.
Em março de 2020, cerca de cem soldados chadianos foram mortos em um ataque noturno na península de Bohoma, gerando uma ofensiva liderada pelo então presidente Idriss Déby.
Déby foi morto em abril de 2021, depois de ser ferido enquanto “lutava em um confronto” contra os rebeldes no norte do Chade, segundo as fontes oficiais. Ele foi sucedido por seu filho, Mahamat Idriss Déby Itno, que governa o país amparado por uma junta militar.
Já os terroristas do Boko Haram lutam há 11 anos para criar um califado islâmico no nordeste da Nigéria. A luta se espalhou para Camarões, Chade, Níger e Benin, com assassinatos regulares, queima de mesquitas, igrejas, mercados e escolas e ataques a instalações militares.
A ONU (Organização das Nações Unidas) calcula que a violência do Boko Haram matou 40 mil e deslocou cerca de dois milhões de pessoas.
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