Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia e atualmente um dos principais porta-vozes do Kremlin contra os aliados ocidentais da Ucrânia, voltou a falar em tom ameaçador na terça-feira (29). O alvo foi a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que no mesmo dia levantou a possibilidade de Kiev no futuro aderir à aliança. As informações são da agência Reuters.
“Se, como sugeriu (o secretário-geral Jens) Stoltenberg, a Otan fornecesse aos fanáticos ucranianos sistemas Patriot junto com o pessoal da Otan, eles se tornariam imediatamente um alvo legítimo de nossas forças armadas”, escreveu Medvedev no aplicativo de mensagens Telegram.
A amaça do ex-presidente, porém, foi um tanto vaga, vez que a Otan não se manifestou recentemente sobre a possibilidade de fornecer o avançado sistema de defesa antiaérea Patriot, dos EUA, muito menos de enviar tropas para apoiar as forças ucranianas.
Ainda assim, Medvedev usou palavras duras ao se dirigir à aliança. “O mundo civilizado não precisa dessa organização. Deve se arrepender perante a humanidade e ser dissolvida como uma entidade criminosa”, escreveu ele em outro post.
Também na terça, a Otan prometeu ampliar o apoio a Kiev. A aliança condenou os “ataques persistentes e inescrupulosos da Rússia à infraestrutura civil e energética ucraniana”, que já deixam muitos cidadãos sem energia, gás e água, situação que deve se tornar mais dramática conforme o inverno se aproxima.
Nesse sentido, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken afirmou que seu país enviará à Ucrânia um pacote de US$ 53 milhões para a aquisição de equipamentos críticos de eletricidade, a fim de amenizar o impacto dos ataques russos ao sistema energético do país.
“Precisamos apoiar a Ucrânia, porque o que vemos é que o presidente Putin está tentando usar o inverno como arma de guerra, o que está causando muito sofrimento ao povo ucraniano”, disse Stoltenberg.
Ucrânia na Otan?
Durante encontro de ministros das Relações Estrangeiras dos países-membros, em Bucareste, na Romênia, o secretário-geral da aliança também afirmou que “as portas da Otan estão abertas” para que a Ucrânia junte-se à aliança no futuro.
“A Rússia não tem poder de veto. Também mantemos isso quanto à adesão da Ucrânia”, disse Stoltenberg, segundo a rede Voice os America (VOA).
Não existe, entretanto, a perspectiva de que a promessa seja cumprida num futuro próximo. Afinal, a adesão de Kiev jogaria a aliança efetivamente na guerra, que ganharia assim contornos globais.
Por ora, os países-membros entendem que a melhor estratégia é manter o apoio militar indireto, na forma de bilhões de dólares em armas, equipamento militar diverso e treinamento, algo que vem sendo fornecido a Kiev desde o início do conflito, sobretudo por EUA e Reino Unido.
“Estamos no meio de uma guerra. Portanto, não devemos fazer nada que possa minar a unidade dos aliados para fornecer apoio militar, humanitário e financeiro à Ucrânia, porque devemos impedir que o presidente Putin vença”, declarou Stoltenberg.
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