Nesta segunda-feira (5), duas mulheres iranianas, Zahra Hamadani e Elham Chubdar, foram condenadas pela justiça iraniana à morte por ativismo em apoio à comunidade LGBT do país. Elas foram acusadas de “espalhar corrupção na terra” e tráfico de pessoas. As informações são da rede Radio Free Europe.
A Organização Hengaw Pelos Direitos Humanos, uma ONG local, disse que o Tribunal Revolucionário de Urmia as acusou de promover a homossexualidade, promover o cristianismo e de se comunicar com a mídia que se opõe ao governo islâmico.
O ativista britânico de direitos LGBT Peter Tatchell analisou a condenação ” A acusação é muito grave e frequentemente usada contra críticos do regime e aqueles que expressam opiniões que não são compatíveis com a ortodoxia islâmica”, disse ele.
No Irã, gays e lésbicas são forçados a esconder sua orientação sexual, com a homossexualidade punida por açoitamento e até pena de morte. Após a condenação ser anunciada, muitos ativistas locais protestaram nas redes contra a decisão da justiça iraniana.
Zahra Hamadani, 31, já havia sido detida anteriormente por suas atividades relacionadas aos direitos LGBT, em outubro de 2021, e por suas postagens ativistas nas redes sociais. Um mês depois, ela foi presa enquanto tentava deixar o país e desde então não teve acesso a um advogado.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 e publicada pela Rede Iraniana de Lésbicas e Transgêneros, 62% dos entrevistados LGBT disseram ter sofrido uma ou mais formas de violência por parte da própria família. Cerca de 77% disseram ter sido submetidos a algum tipo de violência física devido à sua orientação sexual.
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