Um ataque a bomba matou ao menos 57 pessoas e deixou mais de cem feridas em uma mesquita em Peshawar, no noroeste do Paquistão, na última sexta-feira (4). O Estado Islâmico-Khorasan (EI-K) assumiu a autoria do atentado, o pior em muitos anos em território paquistanês. As informações são do jornal The New York Times.
Um comunicado divulgado pelo grupo extremista e acessado pelo SITE Intelligence Group, que monitora grupos armados, afirma que o ataque foi realizado por um homem-bomba afegão. O EI-K tem realizado ataques eventuais no Paquistão, mas nenhum dessa intensidade.
Oficialmente, as informações sobre a forma como ocorreu a ação são desencontradas. Um agente de segurança paquistanês afirmou que o terrorista chegou à mesquita armado e matou dois policiais antes de ativar o dispositivo explosivo. Já outro oficial afirma que havia dois jihadistas.
A segunda versão é defendida por Ejaz Khan, chefe de polícia de Peshawar, que prometeu analisar vídeos de segurança para apurar melhor como se deu o araque. “Nós armazenamos as imagens do circuito interno de TV e vamos examiná-las muito de perto”, disse ele.
A cidade paquistanesa, que fica perto da fronteira com o Afeganistão, é um dos principais alvos de grupos extremistas que habitualmente se refugiam em território afegão. O mais violento atentado em Peshawar foi realizado por integrantes do Taleban, que abriram fogo em uma escola militar e mataram mais de 140 pessoas em 2014.
Por que isso importa?
Embora tenha ganhado notoriedade somente após o Taleban ascender ao poder, o EI-K não é novo no cenário afegão. O grupo extremista opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do Estado Islâmico (EI) do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que migraram para fugir da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.
Agora que a ocupação estrangeira no Afeganistão terminou e que o antigo governo foi deposto pelo Taleban, os principais alvos do EI-K têm sido a população civil e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.
Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento de todos eles ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan, quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.
No início de outubro de 2021, dezenas de pessoas morreram em um ataque suicida a bomba contra uma mesquita na província de Kunduz, no nordeste do Afeganistão. Já em novembro, nova ação do EI-K, esta contra um hospital de Cabul, deixou 25 pessoas mortas e cerca de 50 feridas.
Não há diferença substancial entre EI e EI-K, somente o local de origem, a região de Khorasan, originalmente parte do Irã.
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