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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quatro crianças morrem ou são mutiladas diariamente na guerra do Iêmen, diz Unicef

Mais de dez mil crianças morreram ou sofreram mutilações desde a escalada do conflito no Iêmen, em março de 2015. De acordo com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), esses números indicam uma média de quatro crianças vítimas da guerra todos os dias. Somente nos últimos cinco dias, ao menos oito crianças foram mortas ou gravemente feridas.

Ao citar os números, a agência da ONU deixa claro que considera somente os incidentes passíveis de verificação, o que sugere um número real “provavelmente muito maior”. Somente na região de Marib, aonde o conflito recentemente se instalou, 11 crianças foram mortas ou mutiladas no mês passado.

A diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, afirma que “sempre que o conflito no Iêmen aumenta e a violência aumenta, as crianças são as que pagam o preço mais alto. Famílias estão sendo dilaceradas por uma violência terrível. As crianças não podem e não devem continuar a ser vítimas deste conflito”.

Iemenitas dependentes de ajuda humanitária aguardam acesso à água potável (Foto: UNPD/Iemen)

Segundo a ONU, a crise humanitária do país continua a ser a pior do mundo. Estima-se que 1,7 milhão de crianças estão deslocadas internamente, com mais de 2 milhões fora da escola. Quase 2,3 milhões de meninos e meninas menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, enquanto cerca de 8,5 milhões de crianças não têm acesso a água potável, saneamento ou higiene.

Para continuar seu trabalho de salvamento até meados de 2022, o Unicef precisa urgentemente de US$ 235 milhões. A agência tem apoiado o tratamento da desnutrição aguda grave em 4 mil unidades de atenção primária à saúde e 130 centros de alimentação terapêutica. Também fornece transferências emergenciais de dinheiro para 1,5 milhão de famílias a cada trimestre, beneficiando cerca de nove milhões de pessoas, e fornece água potável para mais de cinco milhões.

Por que isso importa?

O Iêmen vive um conflito que começou no final de 2014, após o grupo rebelde houthi, alinhado ao Irã, expulsar o governo da capital iemenita Sanaa. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.

Desde janeiro, quando Washington incluiu os rebeldes em sua lista de grupos terroristas internacionais, o grupo intensificou os ataques com mísseis e drones contra a Arábia Saudita. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e dos portos do Iêmen.

Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias

crise humanitária decorrente dos combates é tida como o mais grave do mundo. Em virtude dos combates, cerca de dois milhões de civis migraram para centenas de alojamentos improvisados no meio do deserto.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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