O ex-presidente da Geórgia e líder oposicionista Mikheil Saakashvili, preso e em greve de fome há mais de um mês, declarou nesta segunda-feira (8) que foi agredido por guardas e teme pela sua vida. O político foi transferido no mesmo dia para um hospital-prisão que, segundo grupos de direitos humanos, não dispõe de tratamento adequado. As informações são do jornal independente The Moscow Times., e
Saakashvili, que esteve no poder entre 2004 e 2013 e também é ex-governador da província ucraniana de Odessa, chegou a deixar a Geórgia após acusação de fraude e corrupção. Em 1º de outubro deste ano, ele foi preso ao retornar do exílio na Ucrânia e, desde então, não tem se alimentado como protesto contra a prisão que alega ter motivação política.
“Os guardas abusaram de mim verbalmente, me deram socos no pescoço, me arrastaram pelos cabelos no chão”, descreveu Saakashvili em uma carta divulgada por seu advogado. No documento, o político ainda manifestou o temor de que sua transferência para um hospital prisional tenha “o objetivo de matá-lo”.
A ida de
Saakashvili para a cadeia acentuou uma crise política que emergiu em 2020, depois que a oposição denunciou fraude nas eleições parlamentares vencidas por pouco pelo partido governante Georgian Dream (Sonho Georgiano, em tradução literal). A sigla oposicionista European Georgia (Geórgia Europeia, em tradução literal) acusou o governo de fraudar as eleições com ajuda de agências estatais e grupos criminosos.Manifestações em Tbilisi
Cerca de 40 mil manifestantes invadiram a Praça da Liberdade em Tbilisi, capital georgiana, na noite de segunda-feira (8), noticiou a Radio Free Europe. Cantando o nome de Saakashvili, a multidão reivindicava a liberdade do político, que passou a ser julgado em um caso relacionado à dispersão de um comício de oposição de 2007.
Os apoiadores também se aglomeraram em frente aos prédios do governo e diante do tribunal onde o julgamento teve início sem a presença do acusado. Entre os manifestantes, o empresário Niko Mgeladze, 46, disse à reportagem: “Saakashvili é vítima de uma vingança política, não vamos parar até que ele seja libertado”.
Saakashvili rejeita as acusações sobre qualquer envolvimento na dispersão violenta de manifestantes em Tbilisi ocorrida em novembro de 2007.
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