Os EUA emitiram um alerta aos seus aliados da União Europeia (UE) sobre a possibilidade de invasão do território ucraniano pela Rússia, em meio à crescente tensão entre Moscou e o bloco por conta de questões de migração e suprimentos de energia. As informações são da revista Time.
Washington tem monitorado o crescimento do exército russo na região da fronteira com a Ucrânia, ao passo que mantém seus pares na UE informados sobre os potenciais riscos de uma operação militar com o objetivo de invasão.
Um funcionário da Casa Branca disse na noite desta quinta-feira (11) que os EUA fizeram consultas ao aliados sobre a movimentação militar na região, alegando que consideram a Ucrânia um parceiro e irão denunciar todo e qualquer ato agressivo da Rússia.
Moscou justifica que os posicionamentos das suas forças dentro do seu território são um “assunto interno”, descartando qualquer intenção beligerante. Além disso, aponta o dedo para os EUA, classificando como provocação a presença de navios de guerra no Mar Negro perto de seu território, episódio ocorrido nesta semana. A Marinha norte-americana alegou que as operações do USS Mount Whitney no local demonstram o compromisso firmado com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e com aquela turbulenta região.
O mercado respondeu ao momento de apreensão com o enfraquecimento do rublo, que caindo 0,5% em relação ao dólar, para uma baixa de seis dias.
Tensão parecida surgiu na metade do ano, quando a Rússia foi acusada por EUA e Otan de reunir um contingente de 100 mil soldados, tanques e aviões de guerra próximo à fronteira com a Ucrânia. Os ânimos só foram contidos após uma ligação feita por Biden a Putin, quando o presidente russo ofereceu uma cúpula. O encontro entre os líderes ocorreu em Genebra, na Suíça, no dia 16 de junho.
Gás e manifestação de força
O alerta dos EUA sobre a Ucrânia soma-se ao impasse mais recente entre Polônia e Belarus, este último um fiel aliado russo. E ocorre em meio à incerteza sobre o aumento do fornecimento de gás russo – tido como uma arma geopolítica – à Europa, apesar da promessa de Putin de aumentar as entregas a partir desta semana para aliviar a crise de energia no continente.
Para isso, o líder russo tem pressionando os reguladores europeus para que concedam rapidamente a aprovação para operação do gasoduto Nord Stream 2, projetado para fornecer gás russo diretamente para a Alemanha através do Mar Báltico, contornando a Ucrânia e a Polônia. O projeto não é bem visto por EUA e a Ucrânia, que são contrários por entenderem que há risco de segurança.
Segundo a revista Time, a Rússia não pretende começar uma guerra com a Ucrânia agora, embora Moscou deva dar demonstrações de que está pronta para usar a força se necessário, disse à reportagem uma fonte próxima ao Kremlin. Uma ofensiva é improvável, já que as tropas russas enfrentariam resistência pública em Kiev e outras cidades, “mas há um plano para responder às provocações da Ucrânia”, disse outra autoridade.
Uma outra fonte governamental sustenta que “as preocupações dos EUA sobre as intenções russas são baseadas em evidências acumuladas e tendências que carregam ecos da corrida para a anexação da Crimeia da Ucrânia por Putin em 2014”.
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