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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

EI-K ataca hospital militar e mata ao menos 25 pessoas na capital do Afeganistão

Um atentado contra um hospital militar, empreendido pelo Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), deixou ao menos 25 pessoas mortas e cerca de 50 feridas em Cabul, no Afeganistão, na terça-feira (2). Foram registradas duas explosões, seguidas por um ataque de homens armados, segundo o jornal britânico The Guardian.

De acordo com Bilal Karimi, porta-voz talibã, as explosões ocorreram na entrada do hospital Sardar Mohammad Daud Khan. Quatro dos agressores foram mortos pelas forças de segurança do Taleban, e ao menos dois foram detidos. O EI-K assumiu a autoria do ataque através de sua agência de notícias, a Amaq.

Entre as vítimas fatais está Qari Hamdullah Mohlis, chefe militar talibã e ultimamente responsável por guardar o palácio presidencial afegão. O comandante da Brigada Badri, tida como as forças especiais do grupo, também foi morto, segundo o jornal paquistanês Daily Times.

Dois combatentes do Estado Islâmico-Khorasan capturados após ataque a hospital de Cabul (Foto: reprodução/Twitter)

No início de outubro, dezenas de pessoas morreram num ataque suicida a bomba contra uma mesquita na província de Kunduz, no nordeste do Afeganistão, igualmente de autoria do EI-K. Anteriormente, a organização havia realizado um atentado ainda mais violento na região do aeroporto de Cabul, durante o processo de retirada das tropas dos Estados Unidos e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Na ocasião, 182 pessoas morreram.

Por que isso importa?

No Afeganistão, o EI-K tende a ser o principal opositor doméstico do Taleban. O grupo trata os talibãs como apóstatas, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática. Isso tornaria válido o assassinatos de combatentes do Taleban, conforme a interpretação das leis islâmicas.

Militarmente, porém, a vantagem no Afeganistão é do Taleban, que fortaleceu seu arsenal durante e após a retirada de tropas estrangeiras do país e tende a agregar novos recrutas agora que governa o país. São cidadãos afegãos e mesmo estrangeiros que buscam proteção e meios para sobreviver.

O que distancia os dois grupos é a base ideológica. O Taleban é adepto de uma interpretação do Islã que defende a subserviência da mulher, proíbe muitas tecnologias e o entretenimento, aceitando apenas o conhecimento inspirado por Deus. Já o EI-K prega ideologia ultraconservadora do islamismo Sunita, apoiando a Sharia (lei islâmica) e castigos corporais. Acredita que o mundo deveria seguir os preceitos históricos do Islamismo.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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