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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Coreia do Norte incentiva população a comer cisnes negros em meio à fome

Atravessando uma grave escassez de alimentos, a Coreia do Norte foi buscar na criação de cisnes negros uma solução para o abastecimento de carne da população. A medida, um plano nacional para o enfrentamento da fome, foi anunciada pela mídia estatal na semana passada. As informações são do jornal New York Post.

“A carne de cisne negro é deliciosa e tem valor medicinal”, garante um artigo publicado no jornal oficial do governo Rodong Sinmun. O informativo detalhou que um centro de criação dessa espécie de ave está em operação na costa leste do país desde o último dia 24.

De acordo com o NK News, site que monitora a Coreia do Norte, o projeto que visa ao incentivo do consumo da carne do cisne negro foi esboçado no início de 2019. Um trabalho de pesquisa que teria se debruçado sobre o estudo dos benefícios da criação de “pássaros ornamentais raros” para a alimentação – com pesquisadores pagos pelo Estado – descreveu que tal alimento tem propriedades que previnem o câncer.

Mídia estatal garante que a carne da ave é “deliciosa” e anticancerígena (Foto: Piqsels/Divulgação)

“A solução visa abordar tanto o fracasso da agricultura em grande escala em fornecer suprimentos alimentares adequados para todo o país quanto as restrições governamentais mais recentes relacionadas à Covid-19, que bloquearam em grande parte alimentos e outras importações desde o início de 2020″, contextualizou Colin Zwirko, correspondente da NK News.

O consumo de cisnes é tido como um tabu em diversas partes do mundo. Na China, o ato é tido como um mau presságio, segundo o NK News. Mas, para o líder Kim Jong-un, que chegou a pedir desculpas em junho após anunciar a “tensa” crise alimentar no país, a medida deve aliviar a desnutrição dos norte-coreanos. A alimentação precária também se transformou em um problema nos quartéis: militares encaram falta de alimentos e, muitas vezes, se envolvem em casos de assédio, furto e episódios de violência.

Na quinta-feira (28), em uma audiência parlamentar, a agência de inteligência coreana anunciou que Jong-un havia dado ordens para que “

cada grão de arroz fosse assegurado”, bem como determinou que todas as atenções deveriam ser voltadas à agricultura do país.

Como resultado da crise, os preços de diversos produtos dispararam na Coreia do Norte. Em junho, um quilo de banana custava o equivalente a US$ 45 (cerca de R$ 255), disse a NK News. No início de outubro, um especialista da ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que a distribuição de alimentos era precária, informou a agência Reuters.

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