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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Ataque jihadista no Níger deixa 69 mortos, entre eles uma autoridade política

Um ataque orquestrado por jihadistas matou 69 pessoas, incluindo uma autoridade política, no Níger, na noite de terça-feira (3). É a mais recente de uma série de ações violentas

no turbulento território localizado na tríplice fronteira com Mali e Burkina Faso, reduto de grupos ligados ao Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) e à Al-Qaeda. As vítimas do atentado são, na maioria, integrantes de uma milícia de defesa anti-extremista, segundo a agência catari Al Jazeera.

O atentado ocorreu em Adab-Dab, uma vila a cerca de 55 quilômetros de Banibangou, na região oeste de Tillaberi. O governo do Níger declarou luto nacional de dois nesta quinta-feira (4).

Integrantes armados do EIGS, pilotando motocicletas, armaram uma emboscada para um comboio onde estava uma liderança política da cidade. “Ao todo, há cerca de 60 mortos, nove desaparecidos e 15 desaparecidos. O prefeito de Banibangou está entre os mortos e seu corpo foi recuperado”, disse um parlamentar na área oeste de Tillaberi, antes da atualização do número de mortos, que chegou a 69.

Uma fonte local detalhou à reportagem que o ataque tinha como alvo a força de defesa local que combate organizações extremistas, chamada de Comitê de Vigilância, chefiada pelo prefeito do distrito de Banibangou, que acabou morto. A milícia foi recentemente organizada pela população local como resposta a uma série de ataques a trabalhadores agrícolas.

Rebeldes extremistas na região de Tillaberi, no Níger (Foto: Wikimedia Commons)

Por que isso importa?

Tillaberi é considerada o novo epicentro da onda jihadista que tomou o Sahel Central. A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro.

Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, que esteve à frente do país desde 2011 e deixou o poder após dois mandatos, na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.

O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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