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terça-feira, 9 de março de 2021

ONU: Covid-19 prejudicou mulheres no mercado de trabalho na América Latina

Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

Um novo estudo do Banco Mundial mostra o quanto a Covid-19 agravou as disparidades de gênero no mercado de trabalho da América Latina e Caribe. 

O documento, elaborado pelo Laboratório de Inovação de Gênero do Banco Mundial, usa dados de 13 países, sem incluir o Brasil. Foram feitas três rodadas de entrevistas por telefone entre abril e agosto do ano passado, com uma média de mil pessoas por país. 

Mesmo antes da pandemia, já havia progresso a ser feito na América Latina e Caribe. Apenas 53% das mulheres em idade produtiva participavam do mercado de trabalho, contra 77% dos homens.

A Covid-19 exacerbou a perda de empregos para todos, mas especialmente para as mulheres, e o recente estudo do Banco confirma isso.

ONU: Covid-19 prejudicou mulheres no mercado de trabalho na América Latina
Trabalhadoras usam máscaras em estação de metrô de Medellín, Colômbia, em dezembro de 2020 (Foto: FMI/Joaquin Sarmiento)

A equipe constatou que, no começo da pandemia, 56% das mulheres e 39% dos homens estavam correndo risco de perder o emprego de forma temporária ou permanente. Essa disparidade se manteve quase inalterada durante o período de coleta de dados. 

Na última rodada de entrevistas, quando aqueles que estavam temporariamente desempregados começaram a retornar ao trabalho, a equipe fez uma nova descoberta: 19% das mulheres, ou uma em cada cinco, já tinham perdido de vez o emprego, contra 12% dos homens.  

Violência doméstica

O relatório indica que 56% dos trabalhos que se foram estavam no comércio, serviços pessoais, educação, hotéis e restaurantes, setores nos quais a participação das mulheres é intensa.  

Também alerta que uma maior disparidade no mercado de trabalho pode prejudicar o empoderamento das mulheres e agravar os casos de violência doméstica.

A participação das mulheres no mercado de trabalho da América Latina e Caribe aumentou de 41% em 1990 para 53% em 2019. Essa forte tendência de alta, no entanto, corre o risco de se reverter no contexto atual. E isso afeta não só as mulheres, mas a economia. 

Nos próximos 30 anos, as disparidades de gênero podem custar à região cerca de 14% de seu PIB per capita. O documento traz recomendações para que as mulheres sejam incluídas nos planos de recuperação econômica pós-pandemia. 

Entre elas, está criar políticas para amenizar o aumento das responsabilidades domésticas que recaem sobre as mulheres. E, também, gerar oportunidades para que elas participem com sucesso em profissões e setores considerados masculinos.

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