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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

ONU: Especialistas pedem que 57 países repatriem cidadãos assentados na Síria

Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

Um grupo de especialistas em direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pediu a 57 Estados-membros que repatriem os cidadãos que estão vivendo em assentamentos para refugiados e deslocados na Síria.  

Em nota, os relatores expressaram sérias preocupações com a deterioração da segurança e da situação humanitária nos campos de Al Hol e Roj, no nordeste do país, onde vivem mais de 64 mil pessoas.

No campo de Al-Hol, o maior campo para refugiados e deslocados internos na Síria, mais de 80% dos detidos são mulheres e crianças. 

ONU: Especialistas pedem que 57 países repatriem cidadãos assentados na Síria
Criança no acampamento de Roj, no nordeste da Síria (Foto: Unicef/Alessio Romenzi)

Portugal está entre os Estados-membros que pode ter cidadãos assentados em campos da Síria, assim como os Estados Unidos, China, Canadá, Afeganistão e Líbano.  

Os especialistas afirmam que o número de países envolvidos e as terríveis condições destacam a necessidade de uma ação imediata e coletiva para prevenir danos irreparáveis​.

“Milhares de pessoas estão expostas à violência, exploração, abuso e privação em condições que podem constituir tortura, conforme o direito internacional”, disse o grupo. Os especialistas contam que um número desconhecido de pessoas já morreu devido a essas condições.  

Violência 

aumento da violência desde o início do ano destaca a urgência do apelo aos assentados na Síria. Os peritos recordam a necessidade de justiça e reparação para todas as vítimas.  

Nesse contexto, a detenção por motivos pouco claros de mulheres e crianças é uma grande preocupação e prejudica a progressão da responsabilidade, verdade e justiça. 

Conforme os especialistas, os Estados-membros devem proteger indivíduos, especialmente mulheres e crianças, que vivem fora de seu território e correm o risco de graves violações.  

ONU: Especialistas pedem que 57 países repatriem cidadãos assentados na Síria
Criança acena ao deixar a cidade de Atarib, na Síria, em direção a campos de refugiados em fevereiro de 2020 (Foto: Unicef/Forat Abullah)

Os relatores lembram ​​que o processo de repatriação deve ser feito de acordo com o direito internacional dos direitos humanos. Os países também devem impedir que esses indivíduos sofram novas violações após o regresso.  

O grupo mantém preocupações sobre o processo de “coleta de dados” que ocorreu nos campos em julho passado. Segundo eles, grupos coletaram dados altamente pessoais de mulheres e crianças sem livre consentimento.  

Os especialistas temem que apenas famílias ligadas a combatentes estrangeiros do Estado Islâmico tenham sido alvo. Segundo eles, essas mulheres e crianças já sofrem marginalização e abusos com base em sua alegada afiliação ao grupo. 

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