Seis jornalistas foram assassinados no Afeganistão desde o último dia 7 de novembro, registrou a emissora afegã ToloNews. Os casos são um novo capítulo de violência desde o início das negociações de paz entre o governo do país e o Taleban, há um ano.
A última vítima foi o diretor da Rádio Sada-e-Ghor, Bismillah Adil Aimaq, morto em um ataque na comunidade de Dara-e-Taimoor, no primeiro dia de janeiro. Homens encapuzados teriam alvejado o jornalista.
Uma semana antes, no dia 24, homens armados mataram o líder do sindicato dos jornalistas da cidade de Ghazni, Rahmatullah Nikzad, a poucos metros da entrada de sua casa.
Outros profissionais da imprensa mortos são o ex-apresentador da ToloNews Yama Siawash, o repórter da rádio Azadi Elyas Daee, o apresentador da Enekaas TV Malala Maiwand e o apresentador do Ariana News Fardin Amini.
Além dos jornalistas, outros dez ativistas e líderes comunitários foram mortos em ataques direcionados desde o final do ano passado.
Medo fecha empresas
Em janeiro, funcionários do Diretório Nacional de Segurança afegão anunciaram a prisão de “vários suspeitos” envolvidos no assassinato de Yama Siawash. O governo, contudo, não revelou a identidade dos agressores.
Desde então, profissionais relatam medo cotidiano de seguir trabalhando. “Todos os dias tememos ameaças ao vir para o escritório”, disse a jornalista da rádio Kunduz, Fariba Farahmand.
A repórter é uma das poucas mulheres que permaneceram trabalhando após os assassinatos de jornalistas no Afeganistão. Duas emissoras saíram do ar em Kunduz, no norte do país, por falta de recursos humanos e financeiros para seguir trabalhando.
Em 2016, o Taleban atacou o Grupo Moby, fundador da ToloNews, e matou sete funcionários. No ano passado, 50 jornalistas foram mortos no mundo, conforme a organização Repórteres Sem Fronteiras.
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