A 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) acolheu na sexta-feira (31) o Diálogo Interativo sobre a Ucrânia. Em Genebra, o alto comissário Volker Turk disse que os abusos no país se tornam “imensamente rotineiros”, quase 13 meses após a invasão russa.
O chefe de direitos humanos revelou ao órgão que o número de vítimas civis devido ao conflito é muito maior do que os dados oficiais, agora assinalando mais de 8,4 mil mortos e acima de 14 mil feridos.
Turk afirmou que os habitantes de todo o país enfrentam um enorme sofrimento e perda, privação, deslocamento e destruição. Com os combates ainda intensos no leste e no sul da Ucrânia, as forças russas mantêm faixas de território sob seu controle, após a invasão em fevereiro do ano passado.
O alto comissário destacou que a crise de custo de vida em nível global é a mais grave em uma geração atrasando a vida e os meios de subsistência de cerca de 1,6 bilhão de pessoas. Cerca de 71 milhões de habitantes do planeta foram impelidos para a pobreza e vários países enfrentam ameaças à estabilidade.
O chefe de direitos humanos considera essencial para a vida de dezenas de milhões de pessoas que Iniciativa Grãos do Mar Negro, promovida pelas ONU, continue a fornecer apoio à segurança alimentar global em escala muito além do limite acordado para maio de 2023.
Impacto sobre milhões de pessoas
Ele lembrou que a série de eventos ocorre quase 37 anos após o desastre da central nuclear de Chernobyl, quando Zaporizhzhia, outra usina ucraniana, está em risco, com potencial impacto sobre milhões de pessoas dentro e fora do país.
Na quarta-feira, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, esteve na maior usina nuclear da Europa. Ele enfatizou “evidências da piora de combates na área” numa ameaça para a segurança.
Volker Turk disse que a realidade torna urgente evitar um “acidente nuclear potencialmente catastrófico” na Usina Nuclear de Zaporizhzhia.
Soluções e garantia da sobrevivência
Numa época de “desafios existenciais avassaladores que a humanidade enfrenta”, o chefe de direitos humanos alerta que “a guerra destrutiva afasta a ONU de sua atuação para construir soluções e garantir a sobrevivência” das pessoas.
Turk considera a atual guerra um desafio à razão e uma “loucura que deve terminar” com a busca de paz sob a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.
O chefe de Direitos Humanos assegurou a continuação dos esforços para monitorizar, documentar e relatar a realidade vivida por centenas de milhares de pessoas nas áreas afetadas.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News
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