A China lidera a relação global de pedidos de patentes em vacinas e tratamentos contra a Covid-19, seguida por Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul para imunizantes.
Com 60%, a China está também na frente em pedidos de títulos relacionados a tratamentos, seguido de Estados Unidos, Coreia do Sul e Índia. Foi o que informou um novo relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi).
O relatório de cenário de patentes registra 7.758 solicitações entre janeiro de 2020 e setembro de 2022. dessas, 4.787 correspondem a tratamentos para ajudar os infectados com o coronavírus. Quase 10% dessas mais de quatro mil relacionam-se à medicina tradicional, e 3.298 são voltadas ao desenvolvimento de vacinas.
Nas Américas, o Brasil aparece ao lado dos Estados Unidos, do Canadá e entre os oito países, nos quais as autoridades do ramo facilitaram as candidaturas para submissão de patentes relacionadas ao combate à Covid. França, Rússia, Israel, China e Coreia do Sul também integram o grupo.
As autoridades brasileiras criaram um mecanismo que permite ao Ministério da Saúde solicitar o rastreamento rápido de títulos específicos, através do programa de revisão acelerada do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
Tratamentos para os infectados
A instituição aprovou a análise acelerada de 63 patentes no Brasil, que aparece em 11º lugar nos pedidos de concessões para novas tecnologias de combate à pandemia, com 58 candidaturas. A grande maioria das soluções está relacionada a terapias para os infectados.
Com Portugal, o Brasil prolongou o prazo das taxas para pedidos de patente durante a pandemia, em reconhecimento aos desafios econômicos, ao mesmo tempo em que apoia os requerentes de títulos de propriedade intelectual.
Cabo Verde também aparece citado com os dois lusófonos por alargar o limite de tempo para pedidos durante a pandemia em apoio aos processos de propriedade intelectual dos requerentes de concessões.
A pesquisa científica e o investimento foram impulsionados por incentivos que marcaram o ecossistema global, destaca o estudo para pesquisadores, políticos e outros envolvidos no sistema de patentes que “se adaptou e respondeu aos desafios dos últimos dois anos e meio”.
Nova classe de antivirais
As solicitações foram divididas, quase de forma equilibrada, entre empresas e organizações de pesquisa. Foram 52% e 42% para vacinas, e 49% e 38%, respectivamente, para terapias.
O tipo de tratamento biológico que mais cresce é o de anticorpos, absorvendo cerca de um terço das patentes registradas nesta categoria. A recém-criada forma de neutralizar o vírus representa uma nova classe de antivirais.
O estudo destaca que cerca de um quarto dos pedidos apresentados tiveram mais de um fornecedor, indicando colaborações entre empresas e organizações de pesquisa.
A utilização da tecnologia para conter a propagação do novo coronavírus ajudou a a proteger os trabalhadores da linha de frente e garantir que os pacientes recebam o melhor atendimento possível.
Minimizar os riscos de infecção
Os sistemas de monitoramento remoto de pacientes têm sido cruciais para acompanhar e fazer a triagem em um ambiente virtual, ajudando a reduzir a superlotação nos hospitais e a minimizar os riscos de infecção.
Os usuários podem agora monitorar sinais vitais como pressão arterial, níveis de oxigênio e temperatura em casa, enquanto os médicos seguem os dados e fornecem intervenções e suporte imediatos.
A pesquisa destaca ainda que diagnósticos e a descoberta de medicamentos com tecnologia de inteligência artificial (IA) têm sido uma ferramenta vital na detecção de casos de Covid antes que eles sejam altamente propagados.
Na pandemia, os pesquisadores destacam ainda o uso de algoritmos de aprendizado automáticos para analisar tomografias e raios-X do tórax e identificar padrões que indicam a presença do vírus.
Robótica e drones
A IA também tem sido essencial na descoberta de medicamentos, com algoritmos usados para rastrear milhares de moléculas e identificar possíveis medicamentos antivirais, que podem ser testados em ensaios clínicos.
O papel da robótica e dos drones é considerado essencial para baixar os riscos de infecção para trabalhadores da linha de frente. Os robôs ajudam a desinfectar quartos de hospitais e espaços públicos, reduzindo o risco de transmissão.
Já os drones têm sido fundamentais para entregar suprimentos médicos e amostras para áreas remotas, reduzindo o tempo necessário para obter resultados e ajudando a diagnosticar casos em estágio inicial.
Plataformas de telemedicina
O estudo destaca as plataformas de telemedicina como uma tábua de salvação para pacientes que não podem se deslocar aos centros de saúde devido à pandemia. Também subiu a demanda por plataformas como Practo, Teladoc e Medici, com pacientes optando por consultas virtuais com médicos e especialistas.
Esses recursos ajudaram a aliviar a carga sobre os sistemas de saúde e a garantir que os pacientes recebam os cuidados sem comprometer sua segurança.
O documento aponta a pandemia do Covid como um alerta para o mundo, destacando a necessidade de avanços tecnológicos na área da saúde.
A inovação e a agilidade das empresas de tecnologia serão fundamentais para superar os desafios da pandemia e garantir um futuro mais seguro para todos, destaca o estudo.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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