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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Quase nove anos após sequestro, 96 meninas seguem em cativeiro na Nigéria

Quase uma década depois que militantes do Boko Haram sequestraram 276 alunas de um dormitório escolar em Chibok, nordeste da Nigéria, 96 permanecem em cativeiro. A informação é do UNicef (Fundo da ONU para Infância).

As chamadas “meninas de Chibok” foram sequestradas na noite de 14 de abril de 2014, enquanto dormiam no internato, gerando condenação em todo o mundo.

A agência destaca ainda que milhares de meninas e meninos foram submetidos a graves violações devido ao conflito na região, ressaltando a necessidade de proteger as crianças no país africano.

A representante do Unicef na Nigéria, Cristian Munduate, disse que o “pesadelo” continua hoje, pois muitas crianças ainda estão sendo sequestradas, recrutadas à força, mortas e feridas.

Nigéria sofre com onda de sequestros em massa de jovens em idade escolar (Foto: Wikimedia Commons)
Recrutamento e sequestros de jovens

Desde 2014, ocorreram mais de 2,4 mil violações graves afetando 6,8 mil crianças no nordeste da Nigéria. O recrutamento por grupos armados é a principal violação, seguida de raptos, assassinatos e mutilações.

O Unicef ainda aponta que o conflito teve um impacto grave na educação, o que deve afetar diversas gerações.

Entre 2009 e 2022, mais de dois mil professores foram mortos em ataques e 19 mil pessoas foram deslocadas, de acordo com o Conselho de Registro de Professores da Nigéria. Além disso, mais de 1,5 mil escolas fecharam e 910 foram destruídas devido à insegurança.

Apelo às partes

O Unicef celebrou o acordo com o governo para a entrega de menores encontrados durante conflitos armados, bem como seu compromisso de investir mais de US$ 314 milhões em um plano de financiamento para segurança escolar.

O protocolo de entrega, assinado em setembro, visa prevenir ou reduzir a detenção de crianças encontradas por militares e forças de segurança.

Segundo o documento, aquelas supostamente associadas a grupos armados serão transferidas para o Ministério de Assuntos da Mulher e Desenvolvimento Social em um período de sete dias.

O Unicef pede a todas as partes em conflito para respeitarem o direito internacional humanitário e os direitos humanos e para protegerem os direitos e bem-estar das crianças.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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