Beijing está embarcando na expansão mais expressiva de sua presença na Antártida. É o que aponta relatório do think tank Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, da sigla em inglês) divulgado na semana passada, que revelou que a China está fazendo “progressos significativos” na construção de sua quinta instalação de pesquisa no continente gelado após um hiato de vários anos. As informações são da agência Reuters.
O CSIS disse que novas estruturas de suporte e trabalhos preliminares para uma instalação maior surgiram após vários anos de inatividade na construção, que teve início em 2018. As descobertas são baseadas em imagens de satélite feitas nos últimos meses pela Maxar, uma empresa de tecnologia espacial com sede nos EUA.
A nova estação, localizada na Ilha Inexpressible, perto do Mar de Ross, poderia ser usada com fins de espionagem, diz o estudo.
“Embora sejam essenciais para rastrear e se comunicar com a crescente variedade de satélites científicos da China, as estações terrestres podem apoiar a coleta de informações”, diz o relatório, que acrescenta. “É importante observar que a localização da estação pode permitir coletar sinais de inteligência da Austrália e da Nova Zelândia, aliados dos Estados Unidos, e coletar dados de telemetria de foguetes lançados de instalações espaciais recém-criadas em ambos os países”.
No entanto, o Departamento de Defesa dos EUA declarou que a estratégia do Partido Comunista Chinês (PCC) é desenvolver “tecnologias, instalações e pesquisas científicas de uso duplo”, todas destinadas a aumentar as capacidades do Exército Popular de Libertação (ELP). Essas estações de pesquisa também podem ser locais importantes para a resposta de Beijing ao sistema de posicionamento global administrado pelos EUA, a rede de satélites BeiDou.
Enquanto os Estados Unidos ainda mantêm a maior presença no continente, a presença chinesa está se expandindo rapidamente. Beijing tem atualmente quatro estações – todas a serem ampliadas –, incluindo a Grande Muralha, Taishan, Kunlun e Zhongshan. Reino Unido e Coreia do Sul também possuem estações por lá.
Em fevereiro de 2020, uma equipe do governo dos EUA visitou a estação, onde foi recebida pelo chefe do centro de pesquisa, Wang Zhechao, do Polar Research Institute of China. Nenhum equipamento militar ou pessoal de apoio militar foi encontrado no local, de acordo com um relatório da inspeção publicado pelo Departamento de Estado norte-americano.
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