Tunísia e Síria retomaram as relações diplomáticas após um rompimento que se estendeu por mais de uma década, anunciaram os dois países nesta quarta-feira (12). Túnis cortou relações diplomáticas com Damasco após a repressão brutal conduzida pelo presidente sírio Bashar Assad contra as manifestações antigovernamentais em 2011, que resultaram em uma guerra civil que já matou mais de 300 mil. As informações são da rede Deutsche Welle.
A decisão do líder tunisiano Kais Saied de nomear um novo embaixador foi imediatamente aprovada e retribuída pelo governo sírio, segundo uma declaração conjunta dos ministérios das Relações Exteriores dos dois países, informou a agência de notícias estatal síria Sana.
“Em resposta à iniciativa do presidente da República da Tunísia, o governo sírio decidiu reabrir a embaixada síria na Tunísia e nomear um embaixador em breve”, detalhou o comunicado.
O anúncio é o passo mais recente de uma tendência regional de reaproximação com o país devastado pela guerra, que ganhou ritmo após o terremoto no dia 6 de fevereiro que abalou tanto a Síria como a Turquia. À época, a Tunísia enviou aviões de ajuda ao governo sírio, com Saied dizendo que pretendia reconstruir as relações com Damasco.
Os sinais de abertura para reparar as relações com a Síria vêm ocorrendo desde quando, em um ato antidemocrático em julho de 2021, Saied destituiu o primeiro-ministro Hichem Mechichi, suspendeu as atividades do Parlamento por 30 dias e concentrou em suas mãos quase todos os poderes do Estado.
Vários outros países árabes, incluindo Egito, Jordânia, Omã e Emirados Árabes, enviaram sinais semelhantes nos últimos meses, mostrando que também estão interessados em retomar relações diplomáticas em nível de embaixada com o governo sírio.
Nove nações devem se reunir na Arábia Saudita no final desta semana, onde irão discutir medidas para acabar com o longo período de isolamento da Síria. Em maio, Riad vai receber a Liga Árabe, com a expectativa da maioria dos Estados de que seja aprovado o regresso de Damasco à aliança multilateral, disse o secretário-geral da organização, Ahmed Aboul Gheit.
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