A poluição do ar é a causa da morte prematura de mais de 1,2 mil pessoas com menos de 18 anos na Europa anualmente. Os dados constam de um relatório divulgado nesta segunda-feira (24) pela Agência Ambiental Europeia (EEA, na sigla em inglês).
“Apesar das melhorias nos últimos anos, o nível dos principais poluentes atmosféricos em muitos países europeus permanece teimosamente acima das diretrizes baseadas em saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente no centro-leste da Europa e na Itália“, diz o relatório.
Apesar do alerta, o estudo aponta que o número de mortes prematuras é baixo se consideradas as mortes gerais entre a população europeia desta faixa etária. Ainda assim, a agência destaca que “as mortes no início da vida representam uma perda de potencial futuro e trazem uma carga significativa de doenças crônicas, tanto na infância quanto mais tarde na vida”.
Em certos casos, o problema surge antes mesmo do nascimento, com a exposição materna à poluição do ar durante a gravidez associada ao baixo peso de recém-nascidos e ao risco de parto prematuro. “Após o nascimento, a poluição do ar ambiente aumenta o risco de vários problemas de saúde, incluindo asma, redução da função pulmonar, infecções respiratórias e alergias”, diz o relatório.
A agência destaca que o problema pode ser registrado em toda a União Europeia (UE), com mais de 90% da população do bloco exposta a níveis nocivos de dióxido de nitrogênio, ozônio e material particulado fino, segundo dados de 2021.
No caso específico dos jovens, a solução não se resume ao investimento na geração de energia limpa. O documento destaca a importância de ações cotidianas, que levem a uma melhor da qualidade do ar no ambiente escolar e durante atividades como deslocamentos escolares e esportes.
“Os níveis de poluição do ar em toda a Europa ainda são inseguros, e as políticas europeias de qualidade do ar devem ter como objetivo proteger todos os cidadãos, mas especialmente nossas crianças, que são mais vulneráveis aos impactos da poluição do ar na saúde”, afirmou Hans Bruyninckx, diretor executivo da EEA.
Entre os destaques positivos surgem as cidades de Faro, em Portugal, Umea e Uppsala, na Suécia, que foram classificadas como as cidades europeias mais limpas e tiveram os níveis médios mais baixos de partículas finas.
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