A Índia vai superar a China como país mais populoso do mundo ainda neste ano, segundo dados de um relatório divulgado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Em novembro do ano passado, a entidade já havia anunciado a marca de oito bilhões de pessoas no planeta, e agora confirma a inversão de posições entre indianos e chineses.
O documento calcula que a Índia chegará ao longo de 2023 a 1,4286 bilhão de pessoas, contra 1,4257 bilhão da China. Porém, trata-se apenas de uma estimativa, vez que o governo indiano não realiza um censo desde o ano de 2011. E não há uma data precisa para que a mudança na liderança ocorra.
No caso chinês, porém, há uma ressalva. A pesquisa não considera as populações de suas duas regiões administrativas especiais, Hong Kong e Macau. Também não inclui Taiwan, que se considera um território autônomo, enquanto Beijing a enxerga como parte da China.
A maior concentração populacional do mundo está mais do que nunca no continente asiático, que já há 70 anos ocupa tal posto. Atualmente, somente as populações chinesa e indiana somadas representam mais de um terço da população global de 8,045 bilhões.
Segundo o relatório, em quase todos os continentes está projetado para este ano um crescimento populacional. A exceção é a Europa. E esse aumento de pessoas no planeta ocorre apesar de uma queda na fertilidade. Em 1950, cada mulher tinha em média cinco filhos, número que hoje é de de 2,1.
Nesse sentido, a UNFPA diz que realizou uma pesquisa em oito países, entre eles o Brasil. O resultado mostra que as pessoas estão preocupadas com o aumento da população global, embora a ONU (Organização das Nações Unidas) observe o crescimento como algo positivo.
“Isso significa que mais recém-nascidos estão sobrevivendo, mais crianças estão indo para a escola, recebendo cuidados de saúde e chegando à idade adulta. As pessoas hoje vivem quase dez anos a mais do que em 1990”, disse Natalia Kanem, diretora executiva do UNFPA.
Preocupação na China
Os números divulgados pelo UNFPA evidenciam a queda da natalidade na China, situação que preocupa o governo. Tanto que ela foi debatida no 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC) em outubro do ano passado.
A fim de contornar o problema, o presidente Xi Jinping prometeu na ocasião que adotaria novas políticas para estimular os jovens casais a terem filhos. O que preocupa o governo chinês é a perspectiva de redução da população jovem, algo que comprometeria a capacidade estatal de sustentar os idosos.
o governo calcula que os os nascimentos caíram abaixo dos dez milhões em 2022, contra 10,6 milhões de 2021. Isso após uma queda preocupante de 11,5% registrada em 2020. A situação já havia levado o governo a suspender a política do filho único que vigorou entre 1980 e 2015, época em que o crescimento vertiginoso da população era uma preocupação.
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