A Bélgica iniciou mais uma etapa do processo de reformulação de seu Museu da África, em Tervuren, nos arredores de Bruxelas. Pelas novas diretrizes, milhares de obras de arte expostas no local voltarão a ser propriedade da República Democrática do Congo, informa a agência Reuters. São objetos retirados ilegalmente do país africano no período em que era uma colônia belga.
“A abordagem é muito simples: tudo o que foi adquirido por meios ilegítimos, por furto, por violência, por pilhagem, deve ser devolvido”, disse Thomas Dermine, Secretário de Estado de Política Científica, Programa de Recuperação e Investimentos Estratégicos da Bélgica.
As obras foram retiradas ilegalmente da RD Congo entre o século XIX e os anos 1960. São estátuas de madeira, máscaras de marfim de elefante, manuscritos e instrumentos musicais levados por cidadãos belgas, colecionadores de outros países europeus, cientistas, exploradores e militares.
A intenção dos belgas, porém, não é devolver imediatamente todas as obras, a não ser que sejam expressamente solicitadas pelo governo da RD Congo. Uma das ideias é manter os objetos em Tervuren através de contratos de empréstimo e mediante o pagamento de uma taxa ao governo congolês.
O processo de renovação do museu custou cerca de € 66 milhões (R$ 407 milhões) e deixou o local fechado por cinco anos. “A exposição permanente estava desatualizada, e sua infraestrutura, obsoleta. Mas o maior desafio era apresentar uma visão contemporânea e descolonizada da África em um edifício que havia sido projetado como um museu colonial”, diz um comunicado do próprio museu.
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