A Justiça da França condenou 11 das 13 pessoas que respondiam a acusações de cyberbulling contra uma adolescente que postava vídeos críticos ao Islã na internet, informa a agência qatari Al Jazeera. As condenações variam entre quatro e seis meses de detenção, mas as penas foram suspensas e só serão cumpridas se os infratores voltarem a cometer algum ato ilegal.
Em 2020, a jovem, identificada apenas como Mila, começou a postar vídeos com críticas à religião muçulmana e ao Alcorão, o livro sagrado do Islã. Desde então, passou a sofrer ameaças, teve que mudar de escola e precisou de proteção policial. Ela disse que sentia como se tivesse sido “condenada à morte”.
Este é o primeiro julgamento embasado em uma lei criada em janeiro voltada a crimes online, incluindo assédio e discriminação. “As redes sociais são como a rua. Quando você passa por alguém na rua, você não insulta, não ameaça nem zomba da pessoa”, disse Michel Humbert, o juiz dos caso. “O que você não faz na rua não deve fazer nas redes sociais”.
As atitudes da jovem, que se diz ateia, dividiram opiniões no país. Se por um lado ela virou símbolo da liberdade de manifestação do pensamento, por outro recebeu duras críticas por suspostamente manifestar preconceito contra os muçulmanos e sua religião. “Eu não gosto de nenhuma religião, não apenas do Islã”, disse ela durante o julgamento.
Segundo o advogado de Mila, ela recebeu mais de 100 mil mensagens ofensivas e ameaçadoras. O julgamento, porém, focou-se apenas em 13 desses milhares de agressores digitais. Os réus são de religiões e classes sociais diferentes. Dois deles foram inocentados por questões técnicas ligadas a seus processos.
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