A explosão de um carro-bomba e ataques insurgentes mataram pelo menos 22 pessoas no final de semana no Afeganistão. Mais de 70 ficaram feridas, disse a emissora VOA (Voice of Asia). Entre os feridos, cerca de 60 estavam próximos à explosão de um carro-bomba na província de Herat, na fronteira com o Irã, no sábado (13).
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque e o Taleban negou ter relação com o bombardeio. A recusa em assumir os ataques, porém, é comum ao grupo fundamentalista islâmico no Afeganistão.
Na província de Kandahar, outros 18 foram mortos, segundo informações do Ministério da Defesa divulgadas pelo jornal indiano “The Times of India“. No front contra o EI (Estado Islâmico), nomes fortes do grupo foram capturados pelas forças de defesa afegãs em Nangarhar e Sarobi.
Ainda no sábado, uma bomba explodiu no centro da cidade de Tarinkot, capital da província de Uruzgan. Três pessoas morreram e quatro ficaram feridos. Novamente, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Novos atentados simultâneos mataram 11 soldados nas províncias de Kunduz e Balkh, nas primeiras horas da manhã de domingo (14). Seis militares ficaram feridos e cinco foram capturados por terroristas, disse um oficial.
Em resposta, o exército afegão abriu fogo contra uma célula do Taleban na província de Helmand. O Ministério da Defesa confirmou a morte de 25 insurgentes. Entre os mortos estariam dois líderes do grupo. Outros 13 combatentes talibãs teriam sido mortos na província de Kandahar, também no final de semana.
“O Taleban continuam sua guerra ilegítima contra o nosso povo”, acusou o presidente afegão Ashraf Ghani. “Esses ataques demonstram mais uma vez que eles não têm intenção de encontrar uma solução pacífica ao conflito”.
Dificuldade em tratativas de paz
Mediadores da ONU (Organização das Nações Unidas) passaram toda a semana passada com líderes de Cabul e do Taleban em Doha, no Catar, em busca de um cessar-fogo ao país. As profundas divergências, porém, atrasam as negociações desde o ano passado.
A violência aumentou no Afeganistão desde a assinatura de um acordo de paz entre o Taleban e os EUA, em fevereiro de 2020. Para muitos, os talibãs buscam gerar insegurança no país e, assim, pleitear vantagens nas negociações.
Moscou receberá representantes do governo afegão e do Taleban nesta quinta (18). O conflito no Afeganistão já matou ou feriu mais de 100 mil civis desde 2009, estima a ONU (Organização das Nações Unidas).
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