O principal gestor da área humanitária da ONU (Organização das Nações Unidas), Mark Lowcock, anunciou no domingo (7) que deixará o cargo.
O economista britânico deixará a coordenação do Ocha (Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, em inglês) para se dedicar à família nos próximos meses, segundo a revista especializada “The New Humanitarian”.
Com o anúncio, começam as apostas a respeito do sucessor de Lowcock na agência – que assumirá em meio a múltiplas crises humanitárias em decorrência da pandemia, de mudanças climáticas e de conflitos armados.
Empossado em maio de 2017, o economista britânico teve a falta de recursos para atender às diversas e simultâneas crises como um de seus principais desafios no cargo.
Lowcock também foi pressionado a realizar mudanças nos programas da ONU após a Cúpula Humanitária Mundial, em 2016, que reuniu as principais entidades globais desse setor.
Em seu mandato, as operações enfrentaram ataques diretos e bloqueios sobretudo em fronts como a Síria e o Iêmen.
Lowcock notabilizou-se por apoiar intervenções antecipadas a crises iminentes, em vez de agir apenas após as ocorrências.
Como chefe do Ocha, o economista ultrapassou os limites do Fundo Central de Resposta a Emergência, de US$ 600 milhões, para alocar US$ 140 milhões em ações nos países com crises previstas, antecipando-se à escassez de alimentos e a inundações.
Naov liderança
Lowcock foi o quarto britânico a ocupar a direção do Ocha nos últimos 14 anos e, agora, outros países reivindicam sua posição.
A Alemanha e a Suécia estão entre os cotados, já que figuram entre os maiores doadores ao órgão. O Reino Unido, por sua vez, cortou o orçamento para ajuda internacional em 30% – cerca de US$ 6 bilhões.
“O próximo titular precisa elevar o jogo, trazer mais perfil, paixão e maior energia ao humanitarismo, além de uma renovação ao modelo operacional humanitário da ONU”, disse o ex-funcionário das Nações Unidas Mukesh Kapila.
Os principais cargos da ONU são oferecidos a indivíduos indicados pelos países membros. É comum que os nomes sejam de aliados aos partidos políticos no poder, o que não era o caso de Lowcock.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, deve escolher um novo chefe para o Ocha nos próximos meses. O português está em campanha por um segundo mandato de cinco anos, que começaria a partir de 2022.
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