Os trâmites para negociar o empréstimo de US$ 1,7 bilhão do FMI (Fundo Monetário Internacional) para Costa Rica, iniciados no dia 11, têm gerado protestos no país.
A principal entidade de trabalhadores da Costa Rica, a Anep (Associação Nacional dos Empregados Públicos e Privados), rejeitou as negociações e manifestou “total falta de apoio popular” aos termos atuais do acordo.
Nesta segunda-feira (18), a entidade solicitou uma nova reunião com lideranças do FMI, disse o portal costarriquenho El Mundo. “A Costa Rica não precisa desse dinheiro nem precisa se endividar”, disse o secretário-geral da organização, Albino Vargas.
Líderes da Anep condenaram o governo do presidente Carlos Alvarado de buscar um empréstimo mesmo com um superávit comercial de US$ 7 bilhões. O montante equivale a 12,4% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme a Controladoria-Geral da União.
San José busca o auxílio do FMI para estabilizar as finanças públicas do país e introduzir ajustes fiscais, defendeu Alvarado. A expectativa é que as partes alcancem um acordo até o dia 25.
Historicamente, a função do FMI é a de socorrer países com dificuldades de pagamento de obrigações no exterior, seja por altos déficits comerciais ou interrupções no fluxo de investimentos.
Déficit orçamentário
Em meio a um déficit fiscal e crescimento sustentado por dívidas há mais de uma década, a economia da Costa Rica sofreu duros golpes desde o início da pandemia, em março de 2020.
O ano passado terminou com um declínio econômico de 4,5% e uma dívida de 70% do PIB. Com o FMI, o país centro-americano, de cinco milhões de habitantes, busca reduzir gastos com uma reforma do regime de empregos e novas regras fiscais para o setor público.
As medidas poderão reduzir os gastos primários do governo de 16,45% para 13% em cinco anos, segundo estimativas. San José ainda planeja eliminar ou reduzir as isenções tributárias e aumentar impostos sobre residências com valores acima de US$ 350 mil.
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