Um ataque armado ocorrido na sexta-feira (3) deixou ao menos 31 civis mortos na região central do Mali. Segundo Housseini Saye, prefeito de Bandiagara, o grupo disparou contra um caminhão que transportava cerca de 50 pessoas, em uma localidade a cerca de 10 quilômetros da cidade. As informações são da agência Associated Press (AP)
“O tiroteio fez com que o caminhão pegasse fogo, e 31 pessoas morreram, a maioria delas queimada até a morte”, disse Saye, que também é membro do parlamento de transição do governo do Mali. “Vários ficaram feridos e há dois desaparecidos”.
Nenhum grupo extremista reivindicou a autoria do ataque, embora a região central do Mali seja dominada por extremistas de grupos armados locais ligados à Al-Qaeda, que habitualmente realizam operações contra forças de segurança e civis.
Por que isso importa?
A instabilidade no Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e extremistas tomaram o poder no norte do país. De quebra, a nação, independente desde 1960, viveu em agosto do ano passado o quarto golpe militar na sua história, gerando uma turbulência política que dificulta o combate aos insurgentes.
Especialistas e políticos ocidentais enxergam uma geopolítica delicada na região, devido ao aumento constante da influência de grupos jihadistas e a consequente explosão da violência nos confrontos entre extremistas e militares. Além disso, trata-se de uma posição importante para traficantes de armas e pessoas, e o processo em curso de redução das tropas franceses, que atuam no país desde 2013, tende a piorar a situação.
Os conflitos, antes concentrados no norte do país, se expandiram inclusive para os vizinhos Burkina Faso e Níger. A região central do Mali se tornou um dos pontos mais violentos de todo o Sahel africano, com frequentes assassinatos étnicos e ataques extremistas contra forças do governo.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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