Pela primeira vez neste século, o fenômeno La Niña durará três invernos consecutivos. A informação foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O La Niña é normalmente associado a um clima mais frio do que o normal em todo o mundo e deve durar até fevereiro ou março de 2023, final do inverno no Hemisfério Norte.
Segundo a OMM, o La Niña continuará afetando os padrões de temperatura e precipitação e exacerbando secas e inundações em diferentes partes do mundo. Ele é responsável pelo agravamento da seca no Chifre da África e pelas chuvas de monção mais intensas e prolongadas no Sudeste Asiático.
De acordo com os dados da agência, o fenômeno causa um resfriamento de parte das águas superficiais do Pacífico, influenciando o ciclo de precipitação e o clima de certas regiões do planeta. O La Niña geralmente tem efeitos opostos no clima aos do El Niño.
A OMM destaca que esse fenômeno natural ocorre em um contexto de mudança climática causada pela ação humana, o que aumenta as temperaturas globais, tornando nosso clima mais extremo e afetando os padrões sazonais de precipitação.
Além disso, o Pacífico tropical está sob influência do La Niña, com curtas interrupções, desde setembro de 2020, mas isso teve apenas um efeito de resfriamento limitado nas temperaturas globais.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que tudo indica que os últimos oito anos sejam os mais quentes já registrados, com uma aceleração do aumento do nível do mar e do aquecimento dos oceanos.
Segundo ele, a continuidade do La Niña prolonga as condições de seca e inundação nas regiões afetadas. Taalas informou que a comunidade internacional está particularmente preocupada com a atual catástrofe humanitária para milhões de pessoas no Chifre da África, causada pela seca mais longa e severa da história recente.
Um alerta de várias agências sobre o Chifre da África sinaliza que uma quinta temporada consecutiva de seca foi desencadeada por um período fraco de chuvas de outubro a dezembro. Chuvas abaixo da média também são prováveis durante a estação de março a maio de 2023.
Mais de 20 milhões de pessoas já sofrem de insegurança alimentar severa em países como Quênia, Somália e Etiópia. Partes da Somália, por exemplo, correm o risco de registrar uma onda de fome até o final do ano.
De acordo com a OMM, as condições climáticas também foram mais secas que o normal neste ano na Patagônia, América do Sul e sudoeste da América do Norte. Assim como no leste da África. Enquanto no sul da África, norte da América do Sul, no continente marítimo e no leste da Austrália foi mais úmido do que o normal.
Chuvas de monção mais intensas e mais longas no sudeste asiático estão associadas ao La Niña. O Paquistão, por exemplo, experimentou chuvas arrasadoras em julho e agosto.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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