Os últimos dias registraram picos históricos de temperatura durante o verão do hemisfério norte. O calor extremo causou mortes e gerou o inevitável questionamento se há relação entre o fenômeno atual e o aquecimento global. De acordo com o site GZero, os especialistas dizem que as duas circunstâncias estão ligadas. E que isso pode levar os países desenvolvidos a acelerar a busca por soluções para a questões climáticas.
“As recentes e ambiciosas promessas do zero líquido [nas emissões de carbono] feitas por tantas nações e empresas do mundo são, em parte, um reflexo do despertar produzido pelos desastres climáticos dos últimos anos”, disse David Wallace-Wells, autor do livro A Terra Inabitável: Uma História do Futuro, da Companhia das Letras.
Uma estufa de calor sobre o noroeste do Pacífico levou as temperaturas do gelado Canadá a superem as da abrasiva Dubai. O país da América do Norte relatou 500 mortes relacionadas ao calor em menos de uma semana, 195% a mais que a média do período. Nas cidades de Portland e Seattle, nos EUA, as temperaturas também bateram recordes e levaram muitas pessoas ao hospital nos últimos dias.
Nessas cidades, devido às temperaturas quase sempre baixas, a maioria das residências não tem sistema de refrigeração. Assim, muitos procuram abrigo do calor em locais públicos. Os Estados de Oregon e Washington, onde ficam Portland e Seattle, respectivamente, suspenderam as restrições impostas pela Covid-19 que limitavam o número de pessoas em cinemas e shoppings, aumentando o acesso a instalações com ar-condicionado. Também foram criados “centros de refrigeração” para a população escapar do calor sufocante.
Um estudo recente constatou que 37% das mortes causadas pelo calor podem ser atribuídas diretamente à mudança climática. E isso é apenas uma parcela das mortes relacionadas a desastres causados pelo clima.
Wallace-Wells, porém, não acredita que a eventual mudança de percepção dos países ricos venha a resolver o problema. Para ele, é mais provável uma ação para remediar que para prevenir. “Se houver um despertar adicional, eu suspeito que será do lado da adaptação. Não o que pode ser feito para limitar o aquecimento, mas o que deve ser feito para nos permitir viver com ele”.
Antártida
Um outro recorde de temperatura foi reconhecido pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) na quinta-feira (1). A entidade confirmou que a região da Antártida atingiu um pico de temperatura de 18,3º Celsius, segundo a ONU.
Este recorde foi medido na estação de Esperança, na Argentina, no dia 6 de fevereiro de 2020. Com isso, a OMM rejeitou uma temperatura ainda mais alta, de 20,75º C, que teria sido registrada também na Antártida em fevereiro do ano passado, por uma estação de monitoramento no Brasil.
Após uma investigação detalhada, a OMM concluiu que a estação da Ilha Seymour, operada por pesquisadores brasileiros, foi afetada por um “escudo de radiação que levou a um erro termal nos sensores de temperatura”.
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